A Caixa Beneficente dos Funcionários do Banco do Estado de São Paulo (a Cabesp, plano de saúde dos trabalhadores do antigo Banespa) tem sido objeto de ataques do banco Santander, patrocinador dos planos. A sede da entidade voltou a funcionar no prédio da Rua Boa Vista, que também abriga o Banesprev (Fundo Banespa de Previdência Complementar) segregando o espaço dos diretores eleitos ao dos diretores indicados – algo que nunca ocorreu antes. Agora, quer nomear pessoa não associada para integrar o corpo de suplentes do Conselho Fiscal desrespeitando o estatuto da entidade.
Por isso, as três associações de representação – Afubesp, Afabesp e Abesprev, além de entidades sindicais – convocam os ex-banespianos associados e participantes em peso para a realização de um ato no dia 25/9, às 9h, em frente ao prédio que abriga a Cabesp (Rua Boa Vista, nº 293, perto do metrô São Bento) contra essas irregularidades. No mesmo dia, haverá reunião ordinária presencial do Conselho Fiscal da Caixa, no que pode ser a ocasião da posse do suplente.
O que ocorre é que a pessoa em questão não faz parte do quadro de associados, em total descumprimento ao que reza o estatuto, levando os eleitos a repudiar com veemência essa indicação. O voto de minerva (ou seja, desempate) foi dado pela presidente da Caixa, indicada pelo patrocinador. De acordo com o Artigo 54, o referido órgão é “composto por 05 (cinco) membros efetivos e 05 (cinco) suplentes, sendo que todos deverão ser associados no mínimo há dois anos”. Não foram sequer cogitados pela gestora outros nomes, mesmo sabendo que a Cabesp possui cerca de 18 mil pessoas em seu quadro, entre ativos e aposentados.
Entenda
Ao saber sobre as intenções do banco espanhol, as associações e entidades sindicais se mobilizaram imediatamente, enviando uma correspondência à diretora presidente, contestando a indicação e exigindo o cumprimento do estatuto. Depois, as entidades enviaram nota extrajudicial ao coordenador do Conselho Fiscal, Claudanir Reggiani, “posicionando-se contra a decisão da diretoria, bem como, requerer que realizem em caráter de urgência uma reunião extraordinária para analisarem a irregular indicação”.
Além de estar como presidente da Cabesp, Maria Lúcia é presidente do Conselho Deliberativo do Banesprev, e mostra nestes dois atos que está alinhada às vontades explícitas do Santander: prejudicar a governança, limitando a atuação dos eleitos e distanciar as entidades cada vez mais de seus participantes. Este ato será o momento para mostrar ao Santander e seus diretores indicados que a voz dos associados e participantes deve ser respeitada e ouvida.