Unidos, associados abraçam a Cabesp e exigem respeito ao estatuto

Manifestação reuniu dezenas de associados indignados, vindos de diversas cidades paulistas e também de outros estados
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"Estamos aqui para dizer ao banco que tire a mão das nossas entidades". Foto: Junior Silva/Afubesp

A última quarta-feira (25) foi marcada por um ato de protesto em frente ao prédio da Cabesp, no Centro de São Paulo. A Afubesp chamou o protesto, em conjunto com Afabesp, Abesprev, Sindicato dos Bancários de São Paulo, Contraf e federações. A manifestação reuniu dezenas de associados indignados vindos de diversas cidades paulistas e também de outros estados.

Unidos, eles vaiaram a atuação da presidente da Cabesp, que também comanda o Conselho Deliberativo do Banesprev. E abraçaram simbolicamente o prédio para mostrar ao Santander que estão vigilantes e não vão aceitar os desmandos de indicados do banco dentro das entidades que são dos banespianos.

“Estamos aqui para repudiar contra o imperialismo e dizer ao banco que tire a mão das nossas entidades, que nos respeite, banespianas e banespianos, que construíram toda a história do banco que ele comprou por uma merreca e que agora o faz acumular altos lucros”, disse a presidenta da Afubesp, Maria Rosani, ao microfone, logo no início da manifestação.

Ela lembrou que, dia a após dia o Santander, ataca os direitos dos colegas. O mais recente destes ataques veio por meio de seus indicados na Cabesp. “Agora quer colocar na gestão do Conselho Fiscal uma pessoa que não faz parte do nosso estatuto, uma pessoa para atuar sem ser associada da Cabesp”, denunciou Maria Rosani. Importante lembrar que não há motivo para isso, pois a Caixa tem inúmeros associados aposentados que são totalmente capacitados para ocupar o cargo.

Direitos ameaçados

Muitas pessoas passaram pelos microfones, incluindo os eleitos da Cabesp, Wagner Cabanal e Jorge Lawand, e do Banesprev, Maria Auxiliadora e Walter Oliveira.

Cabanal, por exemplo, traçou histórico de desrespeitos cometidos contra o estatuto pela presidente da Caixa, que culminou na intenção de nomear alguém que não é associado para o Conselho Fiscal. “Isso é muito grave pra gente, sai muito caro porque é a porta de entrada para que alguém não associado administre a Cabesp no futuro”, alertou.

Já Lawand reforçou a batalha dos eleitos para preservar os direitos dos associados e o acesso à assistência à saúde que é necessária para todos. “Não é fácil o dia a dia nosso, com obstruções, com limitações e uma série de circunstâncias não adequadas, lutamos e sempre estamos buscando melhor para o associado e defender a nossa cabesp”, comentou. Ele lembrou da segregação que os dirigentes sofrem desde que retornaram para o prédio no centro da cidade, uma outra bandeira de protesto do ato.

Assim, falaram ainda ao microfone outras figuras importantes como Oliver Simioni, (da Comissão Nacional dos Aposentados – CNAB), Eros Almeida (Afabesp), Marcos Aurélio (Abesprev) e Vera Marchioni (Sindicato dos Bancários de São Paulo), entre outros.

Que segurança é essa?

Usando camisetas pretas com os dizeres “Santander, respeite o Brasil e os Brasileiros”, assim que chegaram na frente do prédio, os colegas foram surpreendidos com a Cabesp fechada. Havia um aviso afixado na porta: “Por questões de segurança, excepcionalmente hoje não haverá expediente”.

No entanto, a informação que chegou aos sindicalistas é que no dia anterior, no final do expediente, a Cabesp dispensou os trabalhadores do trabalho presencial. Isso por conta da atividade pacífica chamada pelas entidades a fim de reivindicar respeito ao estatuto, pois era de conhecimento público que estava marcada naquele momento uma reunião do Conselho Fiscal.

“Que segurança é essa?”, questionou a diretora da Afubesp e da Contraf-CUT, Rita Berlofa, que continuou: “Aqui não tem bandido. Se tem alguém que coloca em risco a nossa Cabesp é a presidente. Nós não oferecemos risco à Cabesp, porque ela é nossa e vamos defendê-la. Porque nós trabalhamos, contribuímos e temos o direito de usufruir de um plano de saúde que atenda a todos, assim como temos o direito de usufruir de um fundo de pensão pelo qual nós pagamos”.

Nesse sentido, Rita também falou sobre a importância da vigilância e mobilização contra os ataques do Santander. “É preciso que a gente se mantenha unidos e atentos a todos os movimentos do banco, a tudo o que está acontecendo. Teremos que fazer mais atos, cada vez maiores, e conscientizar os colegas a participarem conosco”.

De várias partes do país, uma só voz: Respeite o estatuto da Cabesp, Santander!

Assim, mobilizados, os associados mostraram que o espírito de luta dos banespianos segue vivo. Um exemplo é Alexandre Eiras, que saiu de Petrópolis (RJ), para participar do ato e deixar seu recado. “Tenho certeza que essa luta é muito importante. O meu recado aqui vai ser curto e grosso. Se acha que nós somos velhinhos, que nós estamos de cabelo branco, que a gente não vai mais brigar, que engano. A nossa história é de luta.”

Do mesmo modo, vinda de Itapevi, Dalva Elisabeth Bergamini, engrossou o cor. “a Cabesp é um patrimônio dos banespianos. Nós batalhamos muito para chegar até aqui, não podemos perder o que temos”.

Daniel da Silva Ramos, de Poá, frisou o significado que Cabesp e Banesprev têm na vida dos banespianos. “Sem eles não dá, hoje a maioria somos idosos, então nós dependemos muito desse plano da Cabesp. E o banco está querendo praticamente se capitalizar da Cabesp, e o futuro desse pessoal aqui, que depende desse plano de saúde, fica muito complicado”.

Já Dejanete Silva, de São Paulo, aprovou a realização do ato. “É importante lutar para a gente assegurar o estatuto, que seja respeitado”.

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