Pela 1ª vez, militares vão para prisão por crimes contra democracia

Conheça a íntegra da decisão de Alexandre de Moraes e todas as punições aos condenados
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STF determina prisão de golpistas. Pela primeira vez, Brasil envia para cadeia Militares condenados por tentativa de golpe de estado. Almir Garnier, da Marinha e Paulo Sérgio Nogueira foram presos hoje. Bolsonaro vai continuar preso na PF. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O Supremo Tribunal Federal (STF) determinou a prisão de militares e civis condenados pela tentativa de golpe de estado que culminou nos atos de 8 de janeiro de 2023. A decisão do ministro Alexandre de Moraes marca a primeira vez na história do país que integrantes das Forças Armadas são enviados à prisão por crimes contra a democracia. Leia em TVT News.

STF determina prisão de militares golpistas

A ação penal (AP 2668) julgou e condenou os envolvidos em uma organização criminosa armada que atuou de forma estável e permanente, entre julho de 2021 e janeiro de 2023, com o objetivo de abolir o Estado Democrático de Direito e dar um golpe de estado.

Com a decisão, Bolsonaro vai ficar preso definitivamente na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, onde já está preso desde sábado.

Principais condenados e penas

As penas de prisão foram decretadas em regime fechado para os seguintes condenados:

  • Jair Messias Bolsonaro: 27 anos e 3 meses (liderança da organização)
  • Walter Souza Braga Netto: 26 anos
  • Anderson Gustavo Torres: 24 anos
  • Almir Garnier Santos: 24 anos
  • Augusto Heleno Ribeiro Pereira: 21 anos
  • Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira: 19 anos
  • Alexandre Ramagem Rodrigues: 16 anos, 1 mês e 15 dias
  • Mauro César Barbosa Cid: 2 anos em regime aberto (em razão da colaboração premiada)

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O Supremo Tribunal Federal, em 25 de novembro de 2025, decidiu que a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado é definitiva, sem possibilidade de recurso, e que ele deve cumprir pena de 27 anos em regime fechado. Bolsonaro, de 70 anos, foi condenado em setembro por uma tentativa frustrada de golpe de Estado e o tribunal declarou sua sentença definitiva, após rejeitar um recurso anterior contra a pena. (Foto de Nelson Almeida / AFP)

Organização Criminosa e Crimes Cometidos

Segundo a decisão do STF, a organização criminosa era liderada por Jair Bolsonaro e utilizou a estrutura do Estado de forma coordenada para:

  • Desacreditar as instituições democráticas, em especial o Poder Judiciário e a Justiça Eleitoral.
  • Espalhar informações falsas sobre as urnas eletrônicas e a lisura do processo eleitoral.
  • Preparar o terreno para um golpe de estado caso não houvesse vitória eleitoral em 2022.
  • Executar uma sequência de atos para tentar impedir a posse do governo eleito e, posteriormente, depor o governo legitimamente constituído.

Os crimes pelos quais foram condenados incluem:

  • Organização criminosa armada
  • Abolição violenta do Estado Democrático de Direito
  • Golpe de Estado
  • Dano qualificado ao patrimônio público
  • Deterioração de patrimônio tombado (atos de 8 de janeiro)

Saiba o que vai acontecer com cada condenado por golpe de Estado

Além das penas de prisão, a decisão do STF acarretou:

  • Perda de mandato: Alexandre Ramagem perde o mandato de deputado federal.
  • Perda de cargo público: Alexandre Ramagem e Anderson Torres perdem o cargo de delegados da Polícia Federal.
  • Inelegibilidade: Todos os condenados ficam inelegíveis por 8 anos.
  • Suspensão de direitos políticos: Os direitos políticos dos condenados estão suspensos enquanto durarem os efeitos da pena.
  • Perda de patente: O caso dos militares condenados (Almir Garnier, Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira e Walter Braga Netto) foi encaminhado ao Superior Tribunal Militar para análise da perda de patente.
  • Indenização: Os condenados, com exceção de Mauro Cid, foram condenados ao pagamento solidário de R$ 30 milhões por danos morais coletivos.

A decisão do ministro Alexandre de Moraes considerou protelatórios os embargos de declaração apresentados pela defesa de Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira e declarou o trânsito em julgado da ação penal, autorizando o início imediato do cumprimento das penas. O réu Paulo Sérgio deve ser recolhido ao Comando Militar do Planalto, em Brasília.

Leia a íntegra da decisão de Moraes sobre a ação penal 2268

Com informações do STF

Leia sobre a prisão dos golpistas

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