Com a primeira parcela do 13º salário entrando justamente na semana da Black Friday, milhões de trabalhadores se veem na possibilidade de uma combinação tentadora — e perigosa. O período concentra grandes oportunidades de compra, mas também potencializa riscos de endividamento, práticas abusivas e golpes, segundo alerta a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), do Ministério da Justiça. A chave para aproveitar a data sem comprometer o orçamento é inverter a lógica tradicional: antes de pensar em promoções, é essencial organizar as finanças e definir limites de gastos. Veja as dicas para aproveitar a Black Friday consciente na TVT News.
Priorize contas e dívidas antes das ofertas
O 13º salário deve ser uma ferramenta de reorganização financeira, e não apenas uma verba de consumo. O pagamento de dívidas com juros altos, como cartão de crédito e cheque especial, é apontado por especialistas como o uso mais vantajoso do recurso: isso porque a economia gerada ao eliminar juros costuma superar qualquer desconto anunciado no varejo.
Além disso, antecipar despesas do início do ano, como IPTU, IPVA e material escolar, ajuda a aliviar o orçamento futuro. Outra orientação importante é destinar parte do valor à reserva de emergência, evitando recorrer a crédito caro em situações inesperadas.
Planejamento é o antídoto para compras impulsivas
Com a pressão das campanhas promocionais e o medo de “ficar de fora”, consumidores tendem a gastar mais do que pretendiam. Para evitar isso, é recomendado três passos básicos:
- Fixe um orçamento máximo e não ultrapasse o limite;
- Crie uma lista de prioridades, separando itens essenciais, investimentos planejados e desejos;
- Defina o preço-alvo de cada produto e só compre se a oferta estiver realmente abaixo desse valor.
O uso de ferramentas como Zoom, Buscapé, JáCotei e Google Shopping ajuda a identificar descontos reais e evita a chamada “maquiagem de preços”, quando lojas elevam o valor antes da Black Friday para simular grandes promoções.
Segurança digital exige atenção redobrada
O volume elevado de compras aumenta a ação de golpistas e sites falsos. A Senacon orienta sempre verificar se o endereço eletrônico começa com “https://”, checar reputação em plataformas como Reclame Aqui e consultar a lista Evite esses Sites, do Procon-SP.
Mesmo em grandes marketplaces, o consumidor deve analisar avaliações do vendedor e priorizar lojas oficiais. Eletrônicos sem homologação da Anatel, comuns em promoções tentadoras, também oferecem riscos à segurança e privacidade.
Na forma de pagamento, o cartão de crédito é considerado a opção mais segura, pois permite contestar cobranças em caso de fraude. Pix e boletos devem ser usados apenas em lojas confiáveis, já que dificultam o reembolso.
Direitos garantidos ao consumidor
Quem comprar online tem direito a desistir da compra em até sete dias após receber o produto, com reembolso total, incluindo frete. Já em caso de defeito, o fornecedor tem até 30 dias para solucionar o problema; passado esse prazo, o cliente pode pedir troca, devolução ou abatimento do preço.
Se houver fraude com Pix, o consumidor deve acionar imediatamente o banco e solicitar o Mecanismo Especial de Devolução, que permite rastrear e recuperar o valor. Reclamações podem ser registradas no consumidor.gov.br, Procon e Juizado Especial Cível.
