Há 30 anos, Netanyahu repete que Irã está a um passo da bomba atômica

Há 33 anos o sionista Netanyahu usa a desinformação como desculpa para a agressão contra o Irã. Entenda na TVT News
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Desde 1992, Netanyahu tem dito que o Irã estaria “a um ou dois anos” de produzir uma arma nuclear. Foto: Al Jazeera

Há 33 anos, Benjamin Netanyahu repete, insistente, que o Irã está “a meses” de construir uma bomba nuclear. A retórica utilizada como desculpa para promover o terror no Oriente Médio nunca encontrou base na realidade. Entenda na TVT News.

Mais de três décadas de alertas falsos, desmentidos sucessivas vezes pela ONU, pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e por especialistas globais. Mas, apesar das evidências, essa narrativa construída e sustentada à base de medo e desinformação se tornou a principal justificativa de Israel para a escalada de violência que hoje ameaça arrastar o Oriente Médio e o mundo para uma guerra de proporções devastadoras.

Na prática, o governo sionista israelense transformou uma mentira de Estado em doutrina de guerra. Confira abaixo os discursos coletados pela agência qatari Al Jazeera.

Fantasma da bomba

Desde 1992, Netanyahu tem dito que o Irã estaria “a um ou dois anos” de produzir uma arma nuclear. O prazo nunca se cumpriu e a previsão foi se arrastando, ano após ano, servindo como combustível para sanções, assassinatos seletivos de cientistas iranianos, sabotagens e, agora, ataques militares diretos.

Nem mesmo as conclusões recorrentes da Agência Internacional de Energia Atômica, que inspeciona regularmente as instalações nucleares iranianas, foram capazes de frear a retórica israelense. A própria ONU, ao longo das décadas, reiterou que não há provas de que o programa nuclear do Irã tenha objetivos militares.

A mentira, no entanto, sempre cumpriu seu papel: fabricar consentimento interno e externo para a agressão sistemática contra Teerã. Israel mesmo possui armas nucleares.

Farsa da guerra

Foi esse pretexto que Netanyahu voltou a usar na última sexta-feira (13) para justificar os bombardeios surpresa contra instalações nucleares, cientistas e líderes militares iranianos. O ataque, classificado pela Rússia como “não provocado e ilegal”, acendeu o pavio de uma guerra aberta no Oriente Médio.

O Irã respondeu com uma onda de mísseis e drones contra cidades israelenses, marcando o início do confronto direto mais intenso da história entre os dois países. Mais de 240 pessoas já morreram e milhares estão feridas dos dois lados, segundo dados oficiais.

E a escalada segue em marcha, com a possibilidade real de envolvimento dos Estados Unidos e de aliados regionais o que pode transformar o conflito em uma guerra de abrangência global.

Vítimas de Israel

Enquanto Netanyahu exibe ao mundo o discurso da “autodefesa”, cresce o número de vítimas civis. Só nas últimas 24 horas, um ataque israelense na cidade de Najafabad, no Irã, matou seis pessoas, entre elas, uma mulher grávida e duas crianças de 10 e 13 anos.

Rússia e EUA

Nos Estados Unidos, o presidente Donald Trump alimenta a mesma lógica da destruição. Sem apresentar qualquer evidência, afirmou que o Irã está “totalmente indefeso” e ameaçou “explodir todas as instalações nucleares” do país. Ao ser questionado sobre um possível ataque, respondeu com cinismo: “Talvez eu faça, talvez não”.

Trump exige uma “rendição incondicional” do Irã, sob ameaça de levar a destruição completa ao território iraniano, ignorando o fato de que a própria premissa dessa pressão é uma construção falsa, fabricada por Netanyahu há mais de três décadas.

Analistas alertam que o conflito já ameaça sair do controle. “Se os EUA entrarem, o Irã vai abrir um novo front, mirando interesses americanos em toda a região”, disse Abas Aslani, do Centre for Middle East Strategic Studies. A possibilidade de fechamento do Estreito de Ormuz, por onde transita boa parte do petróleo mundial, já alarma mercados globais.

A Rússia alerta que o mundo está “a milímetros da catástrofe”. A China, discretamente, envia aviões cargueiros ao Irã, enquanto faz apelos públicos por moderação.

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