80 anos da bomba de Nagasaki; e continua o terror dos EUA

No dia 9 de agosto de 1945, os EUA lançaram a segunda bomba nuclear da história em Nagasaki, no Japão. Hoje, o mundo vive novos ataques dos EUA
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Nuvem atômica sobre a cidade de Nagasaki. Foto: Wiki Commons/Reprodução

Três dias depois da primeira bomba nuclear ser usada numa guerra em Hiroshima, os Estados Unidos (EUA) lançou um novo explosivo, ainda mais potente, sob Nagasaki, no Japão. O plano dos norte-americanos era mostrar a força e coragem que tinham perante o resto do mundo para estabelecer hegemonia. O mesmo acontece, mais uma vez, em 2025. Entenda o que pode estar por vir na TVT News.

A bomba de Nagasaki

No dia 9 de agosto de 1945, os EUA autorizaram o lançamento da segunda bomba nuclear no Japão para forçar a rendição do país asiático aos Aliados. Três dias antes, Hiroshima havia sido destruída e os efeitos da radiação ainda era sentido pelos moradores da região, além da dor do luto que se espalhou entre os japoneses.

O explosivo era feito de 6 quilogramas de plutônio-239, muito menos que os 64 kg de urânio-235 lançados em Hiroshima, mas o efeito era muito maior. Estima-se que apenas 1 kg sofreu fissão, processo que separa o núcleo dos átomos que libera alta carga de energia, ou seja, explosão.

Os números de mortos são incertos, porque famílias inteiras foram dizimadas em segundos e os sistemas saúde não tinham como quantificar os corpos. Diferentes instituições estipulam que, imediatamente, foram cerca de 40 mil a 80 mil mortos. Já os efeitos da radiação causaram mais 20 mil a 30 mil mortos.

O efeito devastador acabou sendo menor do que os EUA esperavam por conta do relevo da cidade de Nagasaki. O município não estava na lista dos principais alvos levantados pela inteligência estadunidense.

O verdadeiro alvo daquele dia era Kokura, entretando, o céu estava nublado, coberto de neblina e fumaça, segundo o relatório dos pilotos. O clima fez a missão mudar: as novas ordens eram que a tripulação identificasse um novo alvo nas proximidades e Nagasaki se tornou a vítima.

A bomba, chamada de “Fat Man”, tinha potencial destrutivo muito maior de mortes, mas os morros salvaram a maior parte da população dos efeitos da radiação e do explosivo imediato.

No dia 2 de setembro, o Japão se rendeu oficialmente para os Aliados, o que colocou fim na Guerra do Pacífico. A destruição em massa com as bombas atômicas colocaram os Estados Unidos como um país que não mede os perigos para conquistar a vitória. Foi nesse momento que a ordem mundial moderna se estabeleceu, com o início da Guerra Fria entre as potências EUA e URSS.

Um novo imperialismo ameaça o mundo

A Segunda Guerra Mundial foi uma continuação da disputa imperialista da Grande Guerra de 1914 a 1918. A Alemana nazista queria avançar o regime de Hitler pela Europa, com a anexação de territórios, como regiões da Áustria, Tchecoslováquia, Polônia, Luxemburgo, partes da França, Bélgica, Bielorrússia, Rússia e Ucrânia.

Os antigos impérios do período colonial viam a força reduzir, com os movimentos de independência e a perca de território pelo mundo e a nova potência em crescimento: os Estados Unidos.

A adesão tardia dos EUA na Segunda Guerra possibilitou a vitória: era um dos poucos países que não estava destruído pelas bombas e com industrialização forte em produtos militares, o que rendeu grandes lucros com a disputa em solo europeu.

Os EUA promoveram a guerra de forma externa: venderam armas para ambos os lados para fomentar a indústria nacional. A adesão à disputa aconteceu de modo calculado: para reforçar a imagem de força, o país norte-americano só sairia do conflito com a vitória esmagadora. O problema é que não foi tão simples como esperavam e a bomba nuclear foi necessária.

80 anos depois, EUA de volta à guerra, dessa vez comercial

Em 2025, os Estados Unidos criam um novo modelo de guerra. Além de fomentar disputas militares vendendo armas para ambos os lados, o país vende apoio militar oficial em troca de favorecimento econômico, como na Ucrânia, em que o presidente Volodymyr Zelensky assinou acordo que favorece os EUA na exploração de terras raras do país.

Atualmente, o país norte-americano, sob a gestão do presidente Donald Trump, também cria um cenário de caos por meio de tarifas alfandegárias. Taxas são criadas sem justificativa ou baseadas em desinformação para ameaçar e forçar uma negociação desconfortável para as outras nações.

O motivo é o mesmo. Em busca de estabelecer a hegemonia dos EUA diante do resto do mundo. No caso, reesabelecer. Isso porque a China está conquistando os mercados internacional e criando tecnologias melhores e com preços mais baratos que os EUA. Ao que parece, a livre concorrência do liberalismo só vale se favorecer os estadunidenses e europeus.

Para derrotar a China, parece que Trump enxerga a necessidade de destruir o bloco econômico em que a China faz parte: os BRICS.

Para isso, o governo Trump começou a guerra tarifária, aplicando em abril a taxa de 10% para a maioria dos países do mundo e para a China o valor foi de 34%, seguido da União Europeia (20%), do Japão (24%) e da Índia (26%).

A China revidou, dobrou a aposta e um loop começou: a cada aumento de tarifas de um país, o outro se igualava. Até que os EUA cederam e negociaram um acordo temporário em maio.

Na sequência, o Brasil, foi o segundo alvo dos delírios de Trump.

Brasil sofre com as maiores taxas do mundo, mesmo comprando mais que vendendo dos EUA

O presidente republicano anunciou uma taxa de 50% aos produtos brasileiros baseado em uma série de mentiras: que o comércio entre as duas nações favorecia o Brasil, sendo que o lucro milionário é dos EUA e, que o ex-presidente Jair Bolsonaro é julgado injustamente, sendo que as provas apontam que ele arquitetou um plano para assassinar Lula, Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, e dar um golpe de Estado.

Trump exigiu que Bolsonaro fosse inocentado para revogar as terifas. Mas no Brasil, mesmo que quisessemos seria impossível, pois cabe somente ao poder judiciário que o julga decidir pela inocência ou condenação do ex-presidente.

Cabe ressaltar que o ex-chefe do executivo tem sido julgado com base nas provas levantadas pela Polícia Federal (PF), o processo corre com pleno direito a defesa e segue as leis estabelecidas pela Constituição Federal. O julgamento deve acabar em setembro e, no momento, Bolsonaro está preso preventivamente na própria casa, por descumprir medidas cautelares determinadas por tentativa de obstrução da Justiça.

No Brasil, o que os EUA buscam é colocar na presidência alguém que se submeta às ordens do país norte-americano, que permita a exploração das terras raras brasileiras, que tem a segunda maior reserva mundial, e favoreça o mercado estadunidense.

Diferente do que o Lula propõe enquanto presidente, que é diversificar os mercados, buscando acordos do Mercosul com a União Europeia e aumentando o apoio entre o BRICS, principalmente com a China e a Índia.

A guerra tarifária imposta por Trump tem feito as nações de reféns: a União Europeia se vê diante de um acordo humilhante, que faz colocar mais de 600 bilhões de doláres na indústria energética estadunidense.

Também aplica uma tarifa de 50% aos produtos indianos, que se tornaram o próximo alvo.

Ao fim, os EUA só parecem se conter com a nova ordem mundial estabelecida a partir dos princípios estadunidenses e para isso podemos esperar tudo, como no passado foi provado: o país da “liberdade” não para até que seus desejos sejam saciados — e ameaças de bombas podem retornar, provavelmente não igual em 1945, mas também com efeitos nocivos para a humanidade.

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