O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirma que ainda não reconhece a vitória de Nicolás Maduro nas eleições venezuelanas do início do mês. “Queremos que o conselho que cuidou das eleições diga claramente quem ganhou as eleições. Até agora ninguém disse (…) Maduro sabe que deve uma explicação”, disse Lula. A conversa sobre a Venezuela foi uma das pautas de discussão do Bom Para Todos de hoje (15).
O assessor especial de Lula para assuntos internacionais Celso Amorim reforçou a posição de Lula em reunião da Comissão de Relações Exteriores do Senado. “Enfrentamos um perigo imediato de conflito grande. Estamos tentando resolver problemas. Tentamos através do diálogo. Não vamos impor a democracia à Venezuela, vamos conversar”, disse. A apresentadora Talita Galli recebeu o editor do Ponto Newsletter do Brasil de Fato, Miguel Stédile, para discutir a questão.
“Mantenho minha convicção de que a pessoa mais prudente e moderada na conversa sobre a Venezuela é o presidente Lula (…) O centro de tudo está na fala de Celso Amorim. Estamos preocupados que alguma coisa mais forte aconteça. De maneira geral, a contextação à eleição de Maduro está no eixo da Otan. Mas nenhuma delas são surpresas, são esperadas. Não é isso que muda o jogo. O surpreendente seria se os Estados Unidos, em ano eleitoral, tivesse postura de negociação”, explicou.
Assista à conversa sobre a Venezuela no Bom Para Todos
Eleições municipais
João Feres Júnior, professor titular de Ciência Política do Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), também conversou com Talita. Contudo, o tema foi outro: eleições municipais. O professor lidera o projeto do Monitor do Debate Público e falou sobre o engajamento social no pleito de outubro. “Bolsonaristas convictos se mostram os mais convictos de todos os grupos. Interessados no pleito e já decidiram. Engraçado que vemos que, ao caminhar mais para a esquerda, outros estão mais indecisos”, disse.
“Os flutuantes se mostram os menos interessados. Pessoas que não votaram no segundo turno em 2022, que são muito céticas em relação á política. Estes são grupos mais cortejados pelas campanhas políticas. Pessoas que fazem campanha vão atrás dos indecisos. O que você precisa para atrair o indeciso é muito menos energia gasta do que virar o voto. Então, esses caras são os mais quentes. Contudo, seguem refretários e mantém uma postura cética”, completa.