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Brics: novo sistema de pagamentos desafia hegemonia do dólar

"Um sistema onde o Brasil vai poder mandar dinheiro em reais para a Rússia, por exemplo, sem precisar transformar em dólar e sem usar o Swift", explica Lejeune Mirhan
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De saída, o novo sistema incluiria dez países dos Brics. Foto: Reprodução/TVT

No programa Geopolítica em Foco, da Rede TVT, desta quarta-feira (21), o sociólogo e escritor Lejeune Mirhan comenta iniciativa dos Brics, que anunciaram para breve um novo sistema de pagamentos. A próxima reunião de cúpula dos Brics, que ocorrerá em outubro em Kazan, vai discutir os detalhes do novo sistema, que vai funcionar como uma alternativa ao Swift (Society for Worldwide Interbank Financial Telecommunications), comandado pelo Ocidente.

Atualmente o Swift congrega cerca de 11.000 instituições bancárias ao redor do planeta. O sistema surgiu em 1972, para viabilizar transações globais, quando ainda não existia internet. Ao mesmo tempo, todo o sistema tem o dólar como eixo das transações financeiras.

“A Rússia foi eliminada desse sistema quando começou a guerra, que eles falam ‘guerra contra a Ucrânia’, mas é uma guerra do Ocidente contra a Rússia. Os Brics estão formando o seu sistema próprio Swift, essa é a grande notícia. Um sistema onde o Brasil vai poder mandar dinheiro em reais para a Rússia, por exemplo, sem precisar transformar em dólar e sem usar o Swift”, explica Lejeune.

Assista ao programa Geopolítica em Foco completo

“É como se nós fizéssemos um sistema de conta de pagamento, (considerando) quanto que eu vou ter de saldo em reais com eles, e eles, quanto vão ter de saldo em rublos (moeda russa) comigo”, acrescenta o professor”. De saída, o novo sistema incluiria os dez países que atualmente integram os Brics. Ao mesmo tempo, mais de cem outras nações já manifestaram interesse em aderir ao novo sistema.

Argentina em foco

Em conversa com a apresentadora Nahama Nunes, Lejeune também acusou o presidente da Argentina, Javier Milei de ser um “traidor da Pátria”. Isso porque o governo argentino enviou as reservas de ouro do país para o Reino Unido. Após dias de silêncio, o ministro da Economia, Luis Caputo, confirmou o envio, justificando que o ouro no exterior poderia trazer “retorno” à Argentina.

“A gravidade disso é que a Argentina deve muito, para muitos credores. E esse ouro pode ser confiscado por alguma decisão internacional, que o Banco da Inglaterra seja obrigado a cumprir, por exemplo”, disse Lejeune. Ele citou ainda o caso do confisco das reservas da Venezuela, para explicitar os riscos. “Então é um traidor da Pátria esse Milei. O ouro da Argentina estava Protegido dentro da Argentina. Fora da Argentina jamais estará protegido”.

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