Pesquisar
Close this search box.

Espetáculo que canta protagonismo de mulheres negras chega a Santo André 

"Brasilidade - Muito Prazer, As Iyálódes" propõe encontro musical em que cantoras negras reverenciam outras em um canto que alia representatividade e coletividade — um manifesto feminista e antirracista
espetaculo-que-canta-protagonismo-das-mulheres-negras-chega-a-santo-andre-em-ioruba-iyalodes-que-significa-a-grande-mae-ou-a-dona-do-poder-feminino
Em iorubá, "Iyálódes", que significa "a grande mãe" ou "a dona do poder feminino". Foto: Antonio Euclides de Jesus

No próximo dia 30 de agosto, às 20 horas, o público está convidado a assistir ao espetáculo Brasilidade – Muito Prazer, As Iyálódes, no Sesc Santo André, localizado à Rua Tamarutaca, 302. A apresentação com multilinguagens alia arte, cultura e música ao ativismo em prol do feminismo negro, conferindo um lugar de protagonismo às mulheres negras e à música negra, e de escuta e interação com o público. 

Com um repertório repleto de significados, as cantoras acompanhadas da Banda Ayo homenageiam nomes da música preta brasileira, em um grande encontro geracional. Canções de Maria BethâniaDona Ivone Lara, Clementina de Jesus, Leci Brandão, Tássia Reis, Ellen OlériaVanessa da Mata, Bia Ferreira, Alcione, Jéssica Gaspar Larissa Luz, são interpretadas por um coral de vozes negras femininas, numa apresentação dinâmica intercalada com poesias, dança e repleta de oralidadetransformando o palco em um espaço para o canto, expressões artísticas e de reflexão.  

A canção Yá Yá Massemba, de Carlos Capinam e Roberto Mendes, interpretada por Bethânia é um dos destaques do espetáculo. Este trecho da apresentação representa o nascimento da menina negra e o convida o público a experienciar o matriarcado, criando diálogos que remetem ao passado escravista brasileiro, à fé na ancestralidade religiosa africana, e à ressignificação da dor.

“Iyálódes”, termo em iorubá que significa “a grande mãe” ou “a dona do poder feminino”, serve como inspiração para esta apresentação que valoriza a força e a resistência de mulheres constantemente invalidadas, mas que banhadas pela ancestralidade se fortalecem e direcionam os holofotes para a totalidade de quem são e o que geram.

Para a produtora executiva, Fabiana Silvao espetáculo celebra o feminino afrolatinoamericano defendido por Lélia Gonzalez, onde as mulheres negras enfrentam a exclusão para além do gênero, lidando com o racismo e com o tokenismo. “Para nós da Djembê é muito significativo poder fortalecer nossa cultura e nossas mulheres por meio de um espetáculo que vai além da música como entretenimento, e sim como uma ferramenta de educação antirracista. Aqui consideramos a expressão artística de sentimentos, afetos, o culto à memória e à ancestralidade, além de ser um lugar de acolhida das inquietações das mulheres negras. Tenho certeza que todos os presentes vão se emocionar bastante com a potência dessa apresentação, que representa o legado da mulher negra na construção da Música Preta Brasileira e da sociedade”, relata. 

O evento idealizado, dirigido e produzido pela Djembê Produções e Entretenimentos, com o apoio de Coração da África, foi premiado pela Agência São Paulo de Desenvolvimento (Adesampa), e teve passagens por diversos quilombos urbanos, Fábricas de Cultura do Governo do Estado de São Paulo, Centros Culturais, Casas de Cultura da Prefeitura de São Paulo, Centros Educacionais Unificados (CEUS), EXPO Internacional, com apresentações realizadas também em eventos corporativos. Na rede Sesc, o espetáculo já esteve no Sesc Itaquera, Bom Retiro e Sesc 14 Bis.

Os ingressos para o espetáculo estarão disponíveis para compra online a partir desta terça-feira, 20 de agosto. A venda presencial nos guichês da rede Sesc começa no dia 21 de agosto. A apresentação é totalmente acessível em libras.

Os interessados na programação completa podem acompanhar as atualizações nas redes sociais do espetáculo.

Assuntos Relacionados