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China realiza fórum de mídia para novo Cinturão e Rota da Seda

Gigante asiático fez um dos maiores fóruns de cooperação de mídia da história, com comunicadores de 71 países
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“Estamos numa década de ouro e queremos promover o bem-estar da humanidade”, afirmou Wang Xiaohui. Foto: Divulgação

Atacada por informações maliciosas de que pratica uma guerra comercial ou quer tornar-se imperialista, a China realizou nesta quarta-feira (28) um dos maiores fóruns de cooperação de mídia da história.

Gigantesco como tudo naquele país, o fórum de cooperação foi organizado pelo Diário do Povo para integrar a comunicação para o Cinturão e Rotaa nova Rota da Seda. Realizado na cidade de Chengdu, cidade de 2,3 mil anos, com 1,6 milhões de habitantes, e a capital da província de Sichuan (similar a estado no Brasil), conhecida mundialmente pelo parque de preservação dos ursos pandas gigantes, onde um centro de comunicação da cidade recebeu 71 países, 191 comunicadores e envolveu mais de 2 mil pessoas na organização. A cúpula do Partido Comunista Chinês e as administrações provincial e municipal estiveram em peso somados à boa parte de dirigentes de empresas e institutos.

Na abertura, a secretária da província, Wang Xiaohui, rebateu a principal fake news do momento, de que a China não vai conseguir bancar esse projeto. A dirigente lembrou que a China não cresceu tanto como nos anos anteriores. Em 2023 ficou em 5%, mesmo assim foi o dobro dos EUA e quatro vezes mais que a União Europeia.

Agnes Franco, repórter especial enviada à China, também relata o encontro

Das caravanas à energia limpa

Com o método de palestras de 10 minutos, o evento teve 35 oradores, algo inédito para a China. A Rota da Seda entrou para a história com as caravanas cruzando a Ásia para vender a seda na Europa. Com o mesmo espírito, a China faz parcerias com países buscando estimular o crescimento, tanto por terra – daí o nome Cinturão – como por mar – o que remete à rota. Mais notáveis são ferrovia, estradas, portos e pontes. Mas as parcerias envolvem todos os ramos, desde agricultura, saúde, energia e passa por intercâmbio cultural e étnico. A lista é extensa. A China se orgulha de afirmar que faz transferência de tecnologia. E produzir energia limpa ou nova energia, como dizem, com carbono zero, virou mantra sobre a preservação e recuperação do meio ambiente.

Os dirigentes chineses afirmaram repetidamente que o Cinturão e Rota é projeto pessoal do presidente Xi Jinping. Ao mesmo tempo, representa a China se abrindo para o mundo. Como frase ensaiada, os oradores ressaltaram que é um projeto ganha-ganha, entre China e o país parceiro, e que a adesão é voluntária. “Estamos numa década de ouro e queremos promover o bem-estar da humanidade” afirmou a governadora.

Desde o lançamento, em 2013, houve adesão de 151 países. No Brasil o assunto está na pauta das diplomacias – afinal o Brasil é do Brics. Assim, o presidente Lula se aproveita do interesse da China no país para levar vantagem para conquistar vantagens. Em junho, Lula usou a metáfora do futebol para dizer que a China quer que o Brasil jogue e “nós queremos jogar no time principal e ser titulares”.

Por Paulo Salvador, que está na China a convite do Partido Comunista Chinês

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