A atividade industrial continua em patamar superior ao do ano passado. De acordo com a pesquisa Indicadores Industriais, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), o desempenho da indústria de transformação nos sete primeiros meses de 2024, na comparação com o mesmo período de 2023, é positivo.
O gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo, explica que, apesar de alguns indicadores analisados pela pesquisa terem recuado na passagem de junho para julho deste ano, o quadro geral é positivo.
“Os Indicadores Industriais de julho trazem como destaque a manutenção do nível de atividade em 2024 acima do registrado em 2023. Por mais que algumas das variáveis tenham caído de junho para julho, ao comparar o período de janeiro a julho deste ano com o ano passado, todas as variáveis mostram alta, algumas expressivas, tanto aquelas mais ligadas à atividade, como o faturamento, a utilização da capacidade instalada, como aquelas mais ligadas ao mercado de trabalho, como rendimento ou massa salarial”, avalia Azevedo.
De junho para julho de 2024, o emprego na indústria subiu 0,2%. O emprego industrial não apresenta resultado negativo há dez meses. Em relação a julho de 2023, o índice tem alta de 2,2%. Já no acumulado dos sete primeiros meses deste ano, frente ao mesmo período do ano passado, o emprego cresceu 1,7%.
“Outro indicador industrial que melhorou foi o número de horas trabalhadas na produção, que cresceu 0,9% em julho em relação a junho. Em sete dos últimos nove meses, as horas trabalhadas na produção aumentaram. Em relação a julho do ano passado, o indicador avançou 7,9%, enquanto, no acumulado de 2024, o indicador registra alta de 3,4%, na comparação com 2023”, destaca a CNI.
O levantamento aponta que o faturamento real da indústria se manteve estável (+0,1%) de junho para julho de 2024. Em relação a julho do ano passado, o indicador subiu 15,2%. Já no acumulado de janeiro a julho, o faturamento é 3,4% maior do que no mesmo período de 2023. Esse indicador está em seu maior patamar desde janeiro de 2021.
“Em julho, a massa salarial real da indústria caiu 3,6% em relação a junho. Desde março deste ano, esse indicador alterna altas e quedas significativas. Apesar de ter diminuído em relação ao último mês, a massa salarial cresceu 0,9% em relação a julho do ano passado. A soma dos resultados do indicador de janeiro a julho deste ano é 3,4% superior à dos sete primeiros meses de 2023”, informa a CNI.
O rendimento médio real da indústria de transformação caiu 3,7% em julho de 2024, em relação ao mês anterior. O comportamento desse indicador é semelhante ao da massa salarial nos últimos meses, com altas e quedas alternadas.
Venda de cimento cresce 3,3% em agosto
As vendas de cimento no Brasil registraram um crescimento de 3,3% em agosto, comparado ao mesmo mês de 2023, segundo dados divulgados pelo Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (Snic). No total, foram comercializadas 6,2 milhões de toneladas do material no mês passado, maior volume para um único mês desde outubro de 2014, quando o total vendido alcançou 6,7 milhões de toneladas.
Segundo levantamento, no acumulado de janeiro a agosto de 2024, as vendas já somam 43 milhões de toneladas, representando uma alta anual de 3,1%. Em agosto, o despacho de cimento por dia útil cresceu 5,6% em comparação com o mesmo mês de 2023, alcançando 252 mil toneladas. Em relação a julho deste ano, o aumento foi de 7,7%. E, nos últimos 12 meses, o volume total de vendas alcançou 63,46 milhões de toneladas, com um aumento de 2%.
Todas as regiões brasileiras apresentaram aumento nas vendas no acumulado no ano, com destaque para o Norte e Nordeste, enquanto o Sul recuperou os índices anteriores às inundações no Rio Grande do Sul. O Centro-Oeste e Sudeste também mostraram resultados positivos.
No entanto, o Snic alerta que a atual seca histórica no Brasil pode afetar o setor, elevando os custos de produção e logística devido à possível alta nas tarifas de energia elétrica e aos impactos no transporte do cimento, especialmente na região Norte.
Agência Brasil com informações da Redação