Cármen Lúcia condena violência contra mulheres nas eleições

"Só nesse fim de semana foram cinco tentativas de morte de candidatas, contra mulheres. Uma intimidação violenta", disse a ministra
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"Nós, mulheres brasileiras, temos pouco a comemorar". Foto: Antonio Augusto/STF

A ministra Cármen Lúcia, presidenta do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), condenou nesta quinta-feira (12) o aumento da violência política contra as mulheres. Desse modo, ela revelou que cinco mulheres candidatas nas eleições municipais sofreram tentativas de homicídio ou de feminicídio somente no último fim de semana.

Citando o Dia Internacional da Democracia, no próximo domingo (15), a ministra disse que, no Brasil, “não há democracia de gênero” e “democracia de cores”.

“Domingo, dia 15 de setembro, o mundo comemora o Dia da Democracia. E nós, mulheres brasileiras, temos pouco a comemorar. Não há democracia de gênero, de cores no Brasil. Há uma verdadeira guerra contra as mulheres. No TSE vivemos isso. Só nesse fim de semana foram cinco tentativas de morte de candidatas, contra mulheres. Uma intimidação violenta, feroz, cruel, que recrudesceu nos últimos dias”, afirmou.

Assim Cármen Lúcia revelou o episódio durante julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) que validou a prisão imediata após condenação pelo Tribunal do Júri. Isso porque o caso usado como base é um feminicídio. Um homem de Santa Catarina matou a esposa com quatro facadas, na frente da filha.

“Quando uma mulher é violentada, assassinada, estuprada, assediada, todas nós, mulheres no mundo, somos. Ninguém corta a cara apenas de uma mulher; corta a de todas as mulheres do mundo”, concluiu a ministra.

Talíria ameaçada

Além disso, após a sessão do STF, Cármen Lúcia se reuniu com a deputada federal Talíria Petrone (Psol-SP). Acompanhada da ex-deputada Manuela D’ávila e da produtora cultural e fundadora do Movimento 342, Paula Lavigne, Talíria reafirmou as ameaças que sofre há 8 anos.

“A luta para proteger mulheres na política não pode parar, e a ministra, à frente do TSE, está empenhada em combater a violência política de gênero e raça”, comentou a deputada, em postagem nas redes sociais.

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