A Amazon e outras cinco grandes empresas concordaram em comprar créditos de carbono para apoiar a conservação da floresta amazônica no Pará, em um negócio avaliado em cerca de US$ 180 milhões. O acordo faz parte da iniciativa LEAF Coalition, criada em 2021 pela Amazon e outros parceiros, como governos dos Estados Unidos e do Reino Unido, com foco na proteção florestal, conforme revelou a agência Reuters nesta terça-feira (24).
Este é o primeiro negócio da LEAF na Amazônia, uma região crucial para o combate às mudanças climáticas devido à sua capacidade de absorver gases de efeito estufa. O governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), deve anunciar o acordo durante a Semana do Clima de Nova York, evento que reúne líderes globais e organizações em torno de questões climáticas.
A Amazon confirmou a compra e ressaltou a importância da preservação das florestas tropicais para mitigar os impactos climáticos. Além disso, empresas como Bayer, BCG, Capgemini, H&M e Fundação Walmart também participarão da compra de 5 milhões de créditos de carbono. Ela vão pagar o valor de US$ 15 por crédito, acima da média global de US$ 4,49.
Nesse sentido, cada crédito corresponde à redução de 1 tonelada de emissões de carbono, vinculada à diminuição do desmatamento no Pará entre 2023 e 2026. Além dos 5 milhões de créditos adquiridos, outros 7 milhões estarão disponíveis para compra. Os governos dos EUA, Reino Unido e Noruega vão garantir parte desses créditos, caso o setor privado não os adquira.
O Pará, que sediará a COP30 em 2025, tem registrado queda no desmatamento desde 2021, embora continue liderando em áreas desmatadas no Brasil. Este ano, o estado reduziu em 20% a destruição da floresta em comparação com 2022.
O que são créditos de carbono?
Créditos de carbono são uma espécie de moeda que representam a redução de emissões de gases de efeito estufa, especialmente o dióxido de carbono (CO₂). Assim cada crédito de carbono equivale à compensação de 1 tonelada métrica de CO₂ que teria sido liberada na atmosfera. Esses créditos são emitidos por projetos que reduzem ou evitam emissões, como iniciativas de reflorestamento, energias renováveis ou conservação de florestas.
Empresas e países que ultrapassam seus limites de emissão podem comprar créditos para compensar seu impacto ambiental, contribuindo financeiramente para projetos sustentáveis. Desse modo, o mecanismo é uma ferramenta do mercado de carbono e uma estratégia importante no combate às mudanças climáticas.