Gabriel Galípolo, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o cargo de presidente do Banco Central do Brasil, será sabatinado nesta terça-feira (8) pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. Caso aprovado após a sabatina, que começa às 10h, Galípolo terá o nome apreciado pelo Plenário ainda na terça. A indicação do economista tem como relator na CAE o líder do governo, senador Jaques Wagner (PT-BA).
Se aprovado no Senado, Galípolo comandará a instituição a partir de janeiro de 2025. Ele substituirá Roberto Campos Neto, cujo mandato no BC vai até o dia 31 de dezembro. Segundo o artigo 52 da Constituição, toda indicação para a diretoria do Banco Central passa pelo crivo do Senado, com sabatina e votação na CAE e, em seguida, votação no Plenário. As duas votações são secretas e o nome deve ser aprovado pela maioria dos votantes.
A mensagem do Executivo com a indicação de Galípolo chegou ao Senado no dia 2 de setembro. Dois dias depois, em 4 de setembro, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, anunciou a votação do nome de Galípolo para 8 de outubro.
Quem é Galípolo
Indicado para comandar o BC, Galípolo tem 42 anos e se formou em Ciências Econômicas pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUCSP). É mestre em Economia Política pela mesma instituição, na qual também lecionou na graduação. Também deu aulas na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (Fespsp). Posteriormente, ocupou cargos na área econômica no governo José Serra (PSDB), em São Paulo.
Além disso, passou pelo setor privado, comandando por quatro anos o Banco Fator. Em 2009, fundou a Galípolo Consultoria, onde trabalhava até chegar ao Ministério da Fazenda. No ministério, ocupou a função de secretário-executivo, atuando como braço direito de Haddad.
Como diretor de Política Monetária, função que assumiu em julho do ano passado, Galípolo acabou votando junto com Campos Neto, nas decisões que primeiro mantiveram a Selic – a taxa básica de juros – em 10,50% ao ano, e mais recentemente, elevaram em 0,25 ponto percentual, para 10,75% ao ano. Nesse sentido, as altas taxas de juros motivaram sucessivas críticas de Lula à gestão de Campos Neto – indicado por Bolsonaro em 2018 – no comando do BC.
Prioridade
Desse modo, nesta segunda (7), o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT), disse que o governo está tratando como “prioridade” desta semana a indicação de Galípolo para a presidência do BC. Segundo ele, a recepção dos parlamentares ao nome do governo está sendo “positiva”.
Diante disso, o ministro disse que o Palácio do Planalto vai trabalhar para que a indicação do diretor do Banco Central seja levada o quanto antes ao plenário da Casa. Padilha falou à imprensa após participar da reunião de coordenação com o presidente Lula. O encontro envolveu alguns dos principais ministros da gestão petista.
“Nós discutimos a retomada do Congresso e a pauta dessa retomada. Tratamos como prioridade a sabatina do novo presidente do Banco Central. O diálogo está sendo feito, em especial com os senadores da CAE. A avaliação é muito positiva. Aprovada na comissão, vamos trabalhar para levar a indicação o mais rápido possível para o plenário”, disse Padilha.