A escritora sul-coreana Han Kang é a vencedora do Prêmio Nobel de Literatura 2024. O anuncio foi feito nesta quinta-feira (10) pela Academia Sueca em Estocolmo. Ela se torna a primeira autora da Coreia do Sul a receber o prestigiado prêmio.
De acordo com a Academia, Han Kang foi premiada por sua “prosa poética intensa, que confronta traumas históricos e expõe a fragilidade da vida humana”. A escritora, nascida em Gwangju em 1970, vem de uma família literária. Seu pai, Han Seung-won, é um renomado romancista. Além da escrita, Han Kang também se envolveu com música e artes, influências que permeiam sua obra.
Ela é autora de A Vegetariana, Atos Humanos, O Livro Branco, editados pela Todavia. A primeira obra e, também primeiro sucesso internacional, relata como uma escolha diferente da comum pela sociedade tornou a vida um intenso pesadelo de julgamentos e opressões. As sensações agonizantes perpassam para os outros dois livros, sendo o último uma experiência pessoal de Kang com o luto.
Durante o anúncio, Mats Malm, secretário permanente da Academia Sueca, revelou que conseguiu falar com Kang por telefone. Segundo ele, a escritora estava em uma noite comum, tendo acabado de jantar com o filho, e foi pega de surpresa com a notícia do prêmio. Eles já iniciaram os preparativos para a cerimônia de premiação, que ocorrerá em dezembro.
Quem é Han Kang?
Nasceu em Gwangju e depois se mudou Suyuri, em Seul. Inspirada pelo pai, Han Seung-won, também romancista, ela ingressou em estudos da literatura coreana, se formando na Universidade Yonsei.
Após se formar, Kang trabalhou como jornalista em revistas como a Publishing Journal, Samtoh e Munhak-gwa-sahoe. Foi justamente no último periódico em que começou a sua carreira em produções literárias. Nela a escritora publicou cinco poemas, entre eles o Inverno em Seul em 1993. No ano seguinte, se dedicou ao romance e ganhou o Concurso Literário da Primavera de Seoul Shinmun, com o relato A Âncora Escarlate.
Em 2021, Han Kang participou de forma online da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), integrando a mesa “Vegetalize”. A escritora trouxe os temas de suas obras para a conversa, se concentrando, principalmente, na relação da humanidade com a natureza.