Eleitor não associa apagão às privatizações, mostra pesquisa

Monitor do Debate Público mostra que maioria dos eleitores é favorável a privatizações e que recebeu menos fake news
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Apagão em São Paulo: pesquisa mostra que eleitores não associam causas à privatização. Foto: Silvio Tanaka/Wikimedia Commons

Pesquisa do Monitor do Debate Público mostra que eleitores não criticam as privatizações, mesmo após o novo apagão ocorrido em São Paulo depois da chuva de 11 de outubro. A mesma pesquisa também mostrou que os eleitores de todos os espectros políticos (dos bolsonaristas convictos aos lulistas) relataram ter recebido menos informações falsas.

A pesquisa foi comentada pelo professor de Ciência Política, João Feres Júnior, durante o programa Bom Para Todos, apresentado por Talita Galli

  • Vídeo: Veja a análise da pesquisa sobre eleições no programa Bom Para Todos:

Eleitor apoia privatizações

De acordo com a pesquisa Monitor do Debate Público, a maioria dos eleitores não associa as causas do apagão com as privatizações. A associação entre o apagão e privatização só acontece entre os eleitores que se declaram lulistas. Nas demais faixas (bolsonaristas convictos, bolsonaristas moderados, eleitores flutuantes, lulodescontentes e evangélicos) as privatizações foram defendidas e o apagão foi associado a causas naturais. “Esse discurso contra o Estado é consequência de décadas de lavagem cerebral empreendida pela imprensa, que defende a privatização”, argumenta o professor.

Eleitores perceberam menor circulação de fake news

Os eleitores ouvidos pela pesquisa também perceberam menor compartilhamento de “fake news”, as informações falsas. Dos cinco grupos analisados, todos relataram que ou não receberam mensagens falsas ou apenas um integrante relatou ter recebido uma mensagem falsa. De acordo com o professor João Feres, esse aspecto é positivo, pois havia enorme preocupação sobre o aumento de fake news e do uso de recursos como deep fake (quando o rosto de uma personalidade é utilizado para reproduzir uma fala que que ela não tenha proferido).

“As pessoas não acusaram ter recebido fake news. As razões para isso estão ligadas à maior punição que a justiça eleitoral tem aplicado e também porque na eleição municipal é mais difícil fazer viralização”, aponta o professor. “A viralização não segue padrões geográficas e nas cidades menores é mais fácil fazer a checagem”, analisa João Feres. O professor alerta, no entanto, que não dá para dizer que esse fenômeno não irá ocorrer em 2026 na eleição presidencial.

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