Dia do Saci ou Halloween? Por que é importante celebrar o Folclore Brasileiro com os pequenos neste 31 de outubro. Leia no artigo da pedagoga Paulo Furtado.
Por que 31 de outubro é o Dia do Saci?
Dia 31 de outubro é Dia das Bruxas! Ops… será? Embora muita gente pense assim, você sabia que no Brasil essa data é também o Dia do Saci Pererê? Pois é! Enquanto o Halloween tem ganhado força por aqui, nossa figura travessa, de uma perna só, com gorro vermelho e cachimbo continua nos lembrando que temos uma cultura incrível para valorizar e compartilhar com os brasileirinhos.
O Saci é muito mais do que um personagem engraçado. Ele carrega a astúcia, a irreverência e a resistência – características muitas vezes associadas às classes populares e aos marginalizados. Sua história é um verdadeiro símbolo da mistura cultural do Brasil, com raízes indígenas, africanas e portuguesas. Em resumo, ele é a cara da nossa diversidade.
Agora, antes de pensar que isso significa ter que escolher entre os doces ou travessuras e o Saci, calma! Ninguém precisa deixar de brincar, se fantasiar ou se divertir com o Halloween. O que proponho aqui é uma reflexão: por que deixar de lado nossos personagens folclóricos, como o Saci, em favor de uma festa importada? Podemos sim abraçar as brincadeiras, mas também valorizar aquilo que faz parte da nossa história, reforçando nosso sentimento de pertencimento e identidade cultural.
É nesse contexto que o livro que escrevi, Folclore Brasileiro com a Turma da Mônica, se torna uma ferramenta importante para pais, educadores e crianças. A obra vai além de simplesmente apresentar figuras folclóricas: é um verdadeiro manual repleto de atividades como adivinhas, trava-línguas, parlendas e brincadeiras. Essas atividades não apenas divertem, mas também funcionam como poderosas ferramentas de ensino, resgatando tradições e promovendo o envolvimento com o nosso rico folclore de forma lúdica.
Celebrar o Dia do Saci e o folclore brasileiro como um todo não é só falar sobre personagens, é uma forma de resgatar nossas raízes e ensinar às crianças sobre a riqueza cultural do Brasil. O livro, adotado 5 anos seguidos pelo Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD), destaca essa importância ao oferecer uma vasta gama de atividades que permitem que pais e educadores mergulhem nesse universo folclórico, transformando o aprendizado em uma experiência envolvente e significativa.
Além disso, as escolas desempenham um papel crucial ao incorporar o folclore em suas práticas pedagógicas, promovendo a valorização das nossas tradições desde cedo. Ao incluir o Saci e outros personagens nas conversas com nossas crianças, estamos não só preservando nossa cultura, mas também mostrando que ela é rica e diversa o suficiente para coexistir com outras influências. Isso fortalece a formação de uma consciência cidadã que valoriza a história e as contribuições de todos os povos que formam nosso Brasil.
Então, que tal aproveitar este 31 de outubro, o Dia do Saci, para contar histórias do Saci, criar aventuras e, quem sabe, fazer a festa com um mix de tradição e diversão? O importante é que os brasileiros saibam que, além das bruxas e fantasmas, temos um Saci travesso pronto para nos lembrar que o Brasil também tem muito a celebrar!
Por Paula Furtado
Ilustração da capa: Jal José Alberto Lovetro
Vídeo: Dia do Saci, o Dia das Bruxas brasileiro
Veja o episódio de Trilhas do Nordeste sobre o Dia do Saci. O programa traz entrevista exclusiva com o roteirista e escritor Bruno Antônio, que assina o roteiro do filme ‘Recife Assombrado’ e da animação pernambucana ‘Além da Lenda’. O roteirista fala sobre a importância da valorização de figuras do folclore brasileiro e comenta o Dia do Saci, comemorado dia 31 de outubro.
Sobre a autora
Paula Furtado é pedagoga, formada pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), com especialização em Psicopedagogia, Neuropsicopedagogia, Educação Especial, Arte de Contar Histórias e Arteterapia pelo Instituto Sedes Sapientiae e Leitura e Escrita, também pela PUC-SP.
A profissional já trabalhou como professora de Educação Infantil e Ensino Fundamental na rede particular de ensino, e já atuou como assessora pedagógica em escolas públicas e particulares.
Paula Furtado atende crianças e adolescentes com dificuldades de aprendizado. Nesta área da educação, a pedagoga ministra cursos para formação de educadores nas instituições de ensino pública e particular e realiza palestras para pais sobre a importância de contar histórias. Como autora, Paula tem participação em diversos livros infantojuvenis (100 obras até o momento) e, dentro das atuações de jornada literária, também foi coordenadora e supervisora psicopedagógica em diversas publicações infantis (Contos de fadas, Lendas e Folclore) como Girassol Brasil e Mauricio de Sousa.