Eleições no Uruguai: Yamandú Orsi e Álvaro Delgado disputarão segundo turno

Frente Ampla, de esquerda, teve maioria dos votos. Presidente será escolhido em 24 de novembro
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Yamandú Orsi e Álvaro Delgado avançam para o segundo turno / Foto: Reprodução

Uruguai está em processo eleitoral para escolha de presidente e também para parlamentares do congresso. O resultado das eleições no Uruguai mostra que haverá segundo turno entre a coalização de esquerda da Frente Ampla, liderada por Yamandú Orsi, apoiado por Pepe Mujica, contra o partido governista de centro-direita do conservador Álvaro Delgado.

Como foi o 1o turno das eleições no Uruguai

A apuração oficial de votos no Uruguai, na madrugada desta segunda-feira (29), confirmou que Yamandú Orsi, da Frente Ampla — coalizão de esquerda e centro-esquerda —, e o conservador Álvaro Delgado, do governista Partido Nacional, disputarão o segundo turno das eleições presidenciais. O país tem uma população de 3,4 milhões de habitantes, e a votação do segundo turno está marcada para o dia 24 de novembro.

No primeiro turno, realizado neste domingo (27), Orsi conquistou 43,94% dos votos, enquanto Delgado obteve 26,77%.

Yamandú Orsi, de 57 anos, é apoiado pelo ex-presidente José Pepe Mujica. Delgado, de 55 anos, conta com o apoio do atual presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou.

Em discurso após a apuração, Orsi afirmou: “Somos um grande país, onde ninguém é mais que ninguém, um país que precisa crescer graças ao esforço e ao trabalho, garantindo que ninguém fique para trás.”

Já Delgado, em sua declaração para conquistar o voto dos eleitores, destacou que o segundo turno marca uma nova fase da eleição. “Já temos uma coalizão em andamento. Vamos nos reunir para planejar a campanha rumo ao segundo turno”.


Eleições no Uruguai também têm plebiscitos

A contagem dos votos também estava em andamento para dois plebiscitos obrigatórios no Uruguai – um sobre uma reforma previdenciária que reduziria a idade de aposentadoria em cinco anos, para 60 anos, e outro que aumentaria os poderes da polícia para combater o crime relacionado às drogas.
As pesquisas de boca de urna mostram que ambos foram provavelmente rejeitados.

Os uruguaios parecem ter rejeitado a reforma previdenciária de US$ 22,5 bilhões, de acordo com duas pesquisas de boca de urna realizadas no domingo, afastando os temores de investidores e políticos de que a reforma poderia prejudicar a economia. Segundo as pesquisas locais Cifra e Equipos Consultores, 61% dos eleitores elegíveis rejeitaram a proposta, contra 39% que votaram a favor.

O referendo sobre segurança também fracassou, de acordo com a Equipos Consultores, garantindo menos de 40% de apoio.


Frente Ampla sai na frente nas eleições no Uruguai

Quando as seções eleitorais fecharam no domingo, centenas de apoiadores da Frente Ampla na capital do Uruguai, Montevidéu, onde os moradores historicamente apoiam a centro-esquerda, reuniram-se em um palco com vista para a orla da cidade para aguardar os resultados.

“Somos o partido que mais cresceu nesta eleição no Uruguai”, disse Orsi, dirigindo-se à multidão no palco. Nesses próximos 27 dias, vamos dar o último empurrão, com mais vontade do que nunca”, acrescentou.

A coalizão conservadora no poder do Uruguai está com dificuldade para defender seu histórico de segurança, mas espera que os sucessos na economia – com o emprego e os salários reais em alta – possam ser suficientes para convencer os eleitores em um segundo turno a escolher a continuidade em vez da mudança.

Quem é Yamandú Orsi, candidato a presidente do Uruguai

Yamandú Ramón Antonio Orsi Martínez, 57 anos, é apadrinhado pelo popular ex-presidente do Uruguai, Pepe Mujica. Orsi nasceu na zona rural e cresceu na pequena cidade de Canelones, onde estudou em escola pública.

Assim como Mujica, Orsi é descendente de espanhóis e italianos, educado em escolas públicas e comprometido com a igualdade. Em 1991, formou-se professor de História e lecionou em escolas de Ensino Médio do interior até 2005, quando iniciou sua carreira no governo de Canelones, primeiro como secretário-geral por quase 10 anos e depois como prefeito por dois mandatos.

Ele renunciou ao cargo para disputar as internas partidárias de junho, que venceu com mais de 60% dos votos, superando em muito a ex-prefeita de Montevidéu Carolina Cosse, que contava com o apoio de comunistas e socialistas e se tornou sua companheira de chapa.

*Com informações da Agência Brasil e do jornal Brasil de Fato

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