O ano de 2024 caminha para entrar para a história como o mais quente já registrado, de acordo com o monitoramento climático do Copernicus Climate Change Service (C3S), da agência espacial europeia (ESA). Em boletim divulgado nesta quinta-feira (7), o órgão afirmou que a média global de temperatura deste ano tem grande probabilidade de ultrapassar a marca de 1,5°C acima dos níveis pré-industriais, um novo recorde que acende alertas sobre a urgência da ação contra o aquecimento global.
De acordo com os dados do Copernicus, a temperatura média global nos últimos 12 meses (de novembro de 2023 a outubro de 2024) foi 0,74°C acima da média histórica de 1991-2020, com uma estimativa de 1,62°C acima da média pré-industrial, o período anterior ao uso intensivo de combustíveis fósseis. Samantha Burgess, diretora adjunta do C3S, destacou a relevância deste marco: “Após 10 meses de 2024, agora é praticamente certo que este será o ano mais quente já registrado e o primeiro a ultrapassar o limite de 1,5ºC acima dos níveis pré-industriais”.
Quente
O boletim ressaltou que, para que 2024 não seja o ano mais quente já registrado, seria necessário que a temperatura média global nos meses restantes caísse a quase zero, cenário que os especialistas consideram improvável. Essa elevação das temperaturas vem na sequência de 2023, que registrou um aumento de 1,48°C em relação aos níveis pré-industriais.
Outubro de 2024 também destacou-se como um dos meses mais quentes já registrados, com uma média global de 15,25°C, apenas abaixo de outubro de 2023. “Esses resultados devem servir como catalisadores para aumentar a ambição para a próxima Conferência sobre Mudanças Climáticas, a COP29”, alertou Burgess. O evento, que será realizado no Azerbaijão a partir de 11 de novembro, reunirá líderes globais em busca de soluções para mitigar o impacto do aquecimento global.