Em uma cerimônia na tarde de hoje (19), no Rio de Janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) transferiu simbolicamente a presidência do G20 para a África do Sul. Oficialmente, o país africano assume a liderança do grupo no dia 1º de dezembro, sucedendo a presidência brasileira que marcou o último ano com reuniões e iniciativas estratégicas. A avaliação do governo é de sucesso na reunião de cúpula. Iniciativas lideradas por Lula conseguiram apoio expressivo da comunidade internacional.
O evento, que também marcou o encerramento da cúpula de chefes de Estado, contou com a presença do presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa. Em seu discurso, Lula destacou os laços históricos entre a América Latina e a África e desejou sucesso à gestão sul-africana. “Depois da presidência sul-africana, todos os países do G20 terão exercido pelo menos uma vez a liderança do grupo. Será um momento propício para avaliar o papel que desempenhamos até agora e como devemos atuar daqui em diante. Temos a responsabilidade de fazer o melhor”, afirmou Lula.
Brasil no G20
Ao longo de sua gestão, iniciada em 1º de dezembro de 2022, o Brasil promoveu 24 reuniões ministeriais e mais de 110 encontros técnicos em várias cidades do país. Entre as prioridades estabelecidas estavam a inclusão social, o combate à fome e à pobreza, a reforma da governança global, e a transição energética e o desenvolvimento sustentável.
A presença de Lula garantiu a retomada de declarações consensuais em quase todos os grupos de trabalho. “Deixamos a lição de que, quanto maior for a interação entre as trilhas de sherpas e de finanças, maiores e mais significativos serão os resultados dos nossos trabalhos”, disse.
Outro grande destaque foi o lançamento da Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza, iniciativa liderada pelo Brasil para combater a insegurança alimentar em escala global, refletindo o compromisso do governo Lula com a inclusão social e a redução das desigualdades. Em um primeiro momento, apenas a Argentina, do presidente de extrema direita Javier Milei, não assinou o documento. Contudo, após tratativas diplomáticas, o extremista recuou e a Aliança surge como unanimidade.
Desafios do G20
A declaração final do G20, divulgada durante a cúpula, abordou questões globais sensíveis, incluindo os impactos humanitários das guerras. O texto destacou a situação catastrófica na Faixa de Gaza e a escalada da violência no Líbano, além de enfatizar os impactos adversos causados por conflitos em todo o mundo. Além disso, o documento final contou com a indicação da taxação de super-ricos de forma progressiva; uma grande bandeira de Lula.
Agora, o Brasil segue como parte da chamada troika do G20, grupo formado pelo atual, anterior e próximo presidente do bloco. O governo brasileiro avalia que conseguiu emplacar uma agenda relevante, deixando marcas importantes para a continuidade dos debates e ações no grupo. Lula destacou que, com cooperação e compromisso, o G20 pode desempenhar um papel cada vez mais significativo na promoção de soluções para os desafios globais.