Após dois meses de guerra com o Hezbollah, Israel e Líbano entraram em acordo para cessar-fogo. A medida, que foi implementada na madrugada desta quarta-feira (27), trouxe esperança para milhares de libaneses, que começaram a retornar às suas casas no Sul do Líbano, após um período vivendo como deslocados. A estrada que conecta Beirute ao sul do país ficou congestionada com o movimento de famílias regressando, apesar de alertas das Forças de Defesa de Israel (IDF) sobre o risco de retorno antes da retirada total das tropas israelenses.
Na rede social X, o exército de Israel postou a orientação: “Pedimos aos cidadãos que adiem o retorno às áreas da linha de frente até que a retirada israelense seja concluída conforme o cessar-fogo”.
As Forças de Defesa de Israel destacam a retirada das tropas israelenses não acontecerá de forma imediata. “Estamos tomando as medidas necessárias para cumprir a retirada, como definido pelo governo libanês”, reforçaram as IDF.
Acordo de cessar-fogo
Mediado pelos Estados Unidos e França, o acordo determina a retirada das forças israelenses do Líbano dentro de dois meses. Em contrapartida, o Hezbollah concordou em se deslocar para o norte do Rio Litani, uma área que marca a fronteira definida após o conflito de 2006, de acordo com informações da imprensa local.
A região liberada será patrulhada pelo exército libanês, com o reforço da força de paz das Nações Unidas (Unifil). Além disso, o exército libanês enviará 5 mil soldados ao sul para garantir a segurança. Segundo comunicado conjunto das presidências americana e francesa, o cessar-fogo busca “restaurar a calma e permitir o retorno seguro dos moradores às suas casas”.
Repercussões internacionais
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, classificou o momento como oportuno para a trégua, mas alertou que Israel manterá liberdade de ação militar caso ocorra violação do acordo por parte do Hezbollah. Segundo Netanyahu, a trégua permitirá a Israel monitorar ameaças do Irã e intensificar ações contra o Hamas na Faixa de Gaza.
Já o primeiro-ministro do Líbano, Najib Mikati, classificou o acordo como um passo essencial para a estabilidade do país e cobrou que Israel cumpra integralmente os termos da trégua.
O Irã, principal aliado do Hezbollah, disse que o cessar-fogo é “uma vitória contra a agressão israelense”.
Líbaneses retomam esperança
Após quase um ano de confrontos intensificados desde setembro, o conflito no Líbano deixou mais de 3.800 mortos, tornando-se o mais mortal no país em décadas. Segundo o presidente do parlamento libanês, essa foi a fase mais perigosa da história do país. Com a trégua em vigor, a esperança é que a região possa iniciar o processo de reconstrução e recuperação da estabilidade.
*Com informações das Agências