Sabe aquela sensação confortável e prazerosa de rolar o feed infinito de vídeos do TikTok? Ou então de ler um tuíte atrás do outro sem parar? Se sim, você deve estar acostumado com o brain rot.
Eleita a palavra do ano de 2024 do dicionário Oxford por mais de 37 mil votos, brain rot é o nome dado ao fenômeno do consumo em excesso de conteúdo online. A palavra pode caracterizar a sensação que essa ação traz ou o impacto negativo resultante do fenômeno.
O termo foi usado pela primeira vez em 1854 no livro Walden do autor norte-americano Henry David Thoreau, mas ganhou notoriedade nos últimos 12 meses, à medida que a sociedade demonstrou preocupação acerca do uso agressivo das redes sociais.
De acordo com o psiquiatra e professor de Medicina da Universidade Positivo (UP) Ricardo Assmé, o brain rot produz prazer instantâneo por meio da liberação de dopamina, sensação que pode fazer o usuário se viciar no uso do celular, algo que acontece também com jogos eletrônicos ou jogos de azar. Sendo assim, o brain rot gasta toda a dopamina do indivíduo, fazendo outras atividades mais complexas e de aprendizado se tornarem cansativas.
Esse fenômeno também demonstra ser um fator dominante na mudança de comportamento de crianças e adolescentes, uma vez que ao se acostumar com o “convívio” virtual e o consumo de conteúdo online, a capacidade de socialização com pessoas reais e o aprendizado na vida fora da internet se tornam um desafio.
Ricardo também ressalta que para amenizar o impacto do brain rot, a recomendação do psiquiatra é de cuidar dos hábitos no dia a dia: desde fugir do ciclo vicioso das redes sociais e priorizar o contato humano, à realizar atividades que precisem de raciocínio e exercício da mente.