Lenilda Messias, de 63 anos, foi vítima de agressões por parte de um PM de São Paulo durante uma abordagem no Jardim Regina Alice, em Barueri. O episódio ocorreu na garagem da casa da família e envolveu também o filho dela. Trata-se de mais um caso de violência desmedida de policiais que lota as manchetes dos noticiários após o início da gestão do bolsonarista Tarcísio de Freitas, em 2023. Desde então, a letalidade da PM aumentou 98%.
Testemunhas registraram o momento em que Lenilda foi chutada, empurrada e agarrada pela roupa por um dos policiais. Em um dos vídeos, ela aparece chorando com o rosto ensanguentado. Lenilda precisou de atendimento médico e, posteriormente, foi levada à delegacia.
🚔 MAIS UM CASO ISOLADO EM SÃO PAULO
— Camarote da República (@camarotedacpi) December 5, 2024
A empresária Lenilda Messias, de 63 anos, foi agredida por policiais militares em Barueri, SP, durante abordagem na garagem de sua casa. A vítima foi chutada, empurrada e teve a roupa agarrada. O filho dela, Juarez, também sofreu agressões. pic.twitter.com/iL0pW2lHZw
Abuso de poder na PM
O caso teria começado quando o filho de Lenilda estacionou a moto na calçada de casa para conversar com o pai. Policiais militares abordaram o rapaz, que é empresário, questionando sobre o veículo. Segundo relatos, ele explicou que guardaria a moto na garagem, mas a situação escalou rapidamente.
“Eles vieram querendo arrancar a moto da garagem e pediram apoio. Quando o reforço chegou, arrebentaram o portão e começaram a bater em todo mundo que estava lá”, contou Bianca de Lara, ex-mulher de Juarez e ex-nora de Lenilda à reportagem da Folha de S.Paulo. Bianca afirmou que o policial que agrediu Lenilda parecia “praticamente um menino” e agiu com extrema violência. “A intenção era machucar. E machucou”, desabafou.
A escalada da violência policial em São Paulo também tem ligação com a postura do secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, que frequentemente incentiva ações truculentas das forças policiais.
Apuração do caso
Em nota, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) afirmou que as imagens estão sendo analisadas para apurar as circunstâncias do ocorrido e identificar os policiais envolvidos. “A Polícia Militar reforça que não compactua com desvios de conduta e assegura que qualquer excesso será rigorosamente investigado”, declarou.
A Corregedoria da PM está à frente das investigações, enquanto a Polícia Civil também apura o caso.
Clamor da família
Bianca destacou que Lenilda, além de ser idosa, é ativa na Congregação Cristã de Barueri e nunca teve envolvimento em situações que justificassem tal violência. “Ela é uma serva de Deus. Não fez nada para merecer isso”, afirmou.
A família exige justiça e punição para os responsáveis pela violência, que foi amplamente compartilhada nas redes sociais, gerando indignação entre internautas e moradores da região.