O ex-atleta de basquete Amaury Pasos morreu nesta quinta-feira (12), em São Paulo, um dia após passar o aniversário de 89 anos. Não foi divulgada a causa da morte.
A Confederação Brasileira de Basquete (CBB) publicou uma nota de pesar que enaltece a grandeza de Pasos na história do esporte no país.
“É com profundo pesar e coração apertado que informamos a partida de Amaury Pasos, 89 anos, um dos maiores da história a pisar em uma quadra de basquete, ídolo eterno de gerações e um dos nossos para sempre! Amaury partiu ao lado da família, dos netos e familiares mais próximos na madrugada desta quinta, em São Paulo, deixando saudade imensa, mas a certeza de que seu legado e seus feitos são eternos!”, publicou a confederação.
O presidente da CBB também lamentou a perda em nota oficial: “Amaury foi um gigante, um homem na vida e uma lenda no basquete. Tenho a satisfação de tê-lo tido como amigo e também como técnico. Um dos maiores não só do Brasil, mas como da história. É uma perda irreparável. Nosso corpo tem prazo aqui na Terra, mas o legado dele é eterno e suas histórias e feitos serão lembrados por gerações.”
História de Amaury Pasos no basquete
Aos cinco anos, o filho de argentinos nascido no Brasil retornou para o país da família, onde teve os primeiros contatos com o esporte, mas não o que lhe traria consagração. Foi na natação que a história começou a ser desenhada: se tornou campeão infantil dos 400m.
O pequeno Pasos disse conheceu o basquete pelo pai que jogava na Associação Cristã dos Moços (ACM). Foi acompanhando o genitor nos treinos que aos poucos trocou a solidão das águas — sentimento relatado em entrevista para a FIBA — para o calor do esporte coletivo. As primeiras vezes ele pegava a bola e chutava na cesta, brincando. Aos poucos passou a frequentar treinos coletivos com os jovens da ACM, assim como o pai.
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No basquete, ele inicialmente atuava como pivô. Depois como ala. E por fim, armador. Assim, Amaury passou por todas as principais posições do basquete, o que fez dele multifuncional em quadra.
Na Copa do Mundo de Basquete no Rio de Janeiro de 1954, Pasos esteve presente na equipe que conquistou a medalha de prata. Foi o início de uma jornada de conquistas internacionais para o Brasil em sequência.
Em 1959, Pasos conquistou a primeira medalha de ouro no Mundial e foi eleito o Most Valuable Player (MVP), que em tradução para o português significa “jogador mais valioso”. Essa também foi a primeira vez que o Brasil chegou ao topo do pódio da competição.
No ano seguinte, o Brasil conquistou o bronze nos Jogos Olímpicos de Roma.
Em 1963, novamente em casa, no Rio de Janeiro, o Mundial concedeu novamente a Pasos o reconhecimento de MVP em mais uma jornada que trouxe a medalha de ouro para o peito. Essa foi a segunda e última vez que o Brasil subiu ao pódio para receber o maior prêmio do campeonato.
Para encerrar a consagração histórica, Pasos esteve ainda no bronze de 1964 nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Em 1972, anunciou sua aposentadoria como atleta.
Dez anos depois, em 1982, o querido ex-atleta retornou como técnico de um clube de São Paulo e também comandou a seleção brasileira esporadicamente.
Em 1995, ele amarrou os tênis e retornou para a quadra uma última vez de forma oficial para jogar o Campeonato Mundial de Basquete de Master — para pessoas acima de 30 anos. Ele conquistou a medalha de ouro.