Bispa de Washington clama a Trump por piedade para a comunidade LGBTQIAPN+ e a imigrantes, veja em TVT News.
Bispa de Washington clama a Trump por piedade para a comunidade LGBTQIAPN+ e a imigrantes
Em missa na Catedral Nacional de Washington, a bispa Mariann Edgar Budde, da Diocese Episcopal de Washington, pediu em discurso que Donald Trump fosse mais complacente com a comunidade LGBTQAIPN+ e aos imigrantes.
Durante a cerimônia que aconteceu na última terça-feira (21), a bispa da igreja anglicana aproveitou a presença do presidente para fazer o apelo por políticas mais brandas que garantisse a segurança dos grupos minoritários.
Ela solicitou “misericórdia” para as pessoas que estão com medo do novo governo do republicano. “Existem jovens gays, lésbicas e transgeneros em famílias democratas, republicanas e independentes. Alguns temem pela própria vida”, afirmou a bispa.
O republicano assinou, ainda na posse do cargo, decretos para que nos Estados Unidos exista, oficialmente, apenas o gênero feminino e masculino, o que exclui as expressões não-binárias.
Em relação aos imigrantes, ela ressaltou que eles são bons trabalhadores, apesar de não terem documentos que os legalizem no país. “Podem até não ser americanos ou não ter documentação própria [para ser imigrante legal], mas a grande maioria dos imigrantes não são criminosos. Os imigrantes pagam impostos e são bons vizinhos, são membros fiéis de nossas igrejas.”
Em resposta, o presidente estadunidense rebateu em publicação da Truth Social, rede social que pertence ao político. Ele escreveu que a bispa Mariann e a igreja devem desculpas ao público pela declaração. Segundo o republicano, a bispa “tinha um tom desagradável e nada atraente” e que foi um discurso pouco inspirador. A cerimônia religiosa aconteceu um dia após o republicano assumir a presidência de forma oficial.
Há Bispas na Igreja Anglicana? Entenda na TVT News
Sim, há ordenação de mulheres na Igreja Anglicana. TVT News conversou com Reverendo Arthur Cavalcante, Deão (dirigente) da Catedral Anglicana de São Paulo. “Em muitas Igrejas Anglicanas do mundo a ordenação feminina é permitida para as três ordens: diaconato, presbiterado e episcopal”, afirma o Reverendo.
A primeira bispa anglicana do mundo foi Barbara Harris, ordenada bispa sufragânea na diocese de Massachusetts, nos Estados Unidos, em fevereiro de 1989.
Nem todas as Igrejas Anglicanas ordenam mulheres. No Brasil, em breve, haverá uma Bispa Anglicana.
“Em breve a Reverenda Marinez Santos Bassotto, eleita para presidir a diocese da Amazônia em 20 de janeiro de 2018, deve ser consagrada como a primeira bispa anglicana do Brasil”, conta o Reverendo.
A Bispa representa a liderança máxima de uma Igreja Anglicana. “Ela tem o papel de dirigir sua Diocese bem como ordenar seu clérigo. Para nós representa o Pastor ou a Pastora de todo o rebanho de fiéis. Eles e elas têm o dever de preservar a tradição da Igreja bem como ajudar a conduzir o seu Rebanho. Igualmente o Bispo ou a Bispa integram um colégio de iguais que falam em nome da Igreja Nacional”, explica o Reverendo Arthur Cavalcante.
A diversidade na Igreja Anglicana
O Reverendo Arthur diz que a diversidade, cobrada pela Bispa Mariann Edgar Budde, a diversidade faz parte da história do cristianismo: “isso é patente pelas diferenças dos Evangelhos bem como o colégio apostólico. A diversidade esteve presente nas primeiras Igrejas do primeiro século. Essa diversidade é vista na riqueza dos ritos e culturas bem como posições diferentes”.
Para o deão da Igreja Anglicana, “a diversidade na unidade, lema do cristianismo tradicional, é algo que nos acostumamos a viver no anglicanismo”. De acordo com o Reverendo, desde as origens do cristianismo anglicano a diversidade é vista “não como algo negativo, mas de extrema riqueza e que reflete a própria sociedade. Por isso, a ordenação feminina ou a inclusão pela de LGBT+ na vida da Igreja não é algo estranho para nós”, afirma o Reverendo.