Em meio às ameaças de Trump, presidenta do México vai falar com Lula

Claudia Sheinbaum disse que fará contato por telefone com o brasileiro nos próximos dias e ressaltou que há "unidade na América Latina"
"Há unidade na América Latina, isso é importante", disse Sheinbaum. Foto: Ricardo Stuckert/PR

A presidenta do México, Claudia Sheinbaum, anunciou nesta quarta-feira (22) que vai falar, por telefone, com o presidente Luis Inácio Lula da Silva, em meio às ameaças contra imigrantes após o retorno de Donald Trump à Casa Branca. Ao mesmo tempo, ela afirmou que os países latino-americanos estão unidos para resistir às investidas de Washington.

“Tenho várias chamadas nesses dias, falei com o presidente (Bernardo) Arévalo (da Guatemala), houve uma reunião dos chanceleres de distintos países da América Latina e Caribe, em nesses dias vamos falar com o presidente Lula. E há unidade na América Latina, isso é importante”, disse ela durante coletiva diária aos jornalistas.

A líder mexicana não detalhou os temas da conversa, mas anunciou o contato após receber perguntas sobre a comunicação do governo mexicano com países da América Latina após a posse de Trump.

“Sei que às vezes vocês querem que haja uma declaração específica, mas nosso objetivo fundamental é o bem-estar do povo do México, essa é a responsabilidade da presidente e, é claro, nos comunicamos com todos os governos do mundo e, particularmente, da América Latina”, respondeu.

Sheinbaum afirmou que seu governo está “pronto” para receber os mexicanos deportados dos Estados Unidos, caso Trump cumpra suas ameças. Seus compatriotas representam quase a metade dos 11 milhões de imigrantes ilegais.

Por outro lado, Sheinbaum pediu tranquilidade aos mexicanos. Nesse sentido, frisou que muitas das medidas anunciadas por Trump são similares às do primeiro mandato. Segundo ela, o chanceler mexicano Juan Ramón de la Fuente já falou por telefone com o secretário de Estado de Estados Unidos, Marco Rubio, sobre assuntos de migração e segurança.

Sheinbaum tem dito que tentará chegar a acordos com Estados Unidos para coordenar o processo de repatriações, respeitando a soberania do seu país e “sem subordinação”. Isso porque o líder dos Estados Unidos ameaça deportar para o país vizinho todos os imigrantes latinos ilegais. Diante disso, ela tem conversado com outros países latino-americanos para que recebam de forma direta os eventuais deportados, em vez de recebê-los primeiro em território mexicano.

Assuntos Relacionados