Gaza: Trump quer limpeza étnica

EUA propõem tomar conta da Faixa de Gaza e deslocar palestinos para outros países
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O presidente Trump se reúne com o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu em 2020. Foto: White House

O Presidente dos EUA, Donald Trump, propôs o reassentamento dos palestinos da Faixa de Gaza. A declaração foi feita durante encontro com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. Especialistas e comunidade internacional criticaram a proposta, vista como limpeza étnica na palestina. Leia mais sobre a proposta de Trump em TVT News.

Trump quer retirar palestinos de Gaza

Durante encontro com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, o presidente norte-americano propôs que os EUA assumam o “o controle para serem donos da Faixa de Gaza”. Trump disse que “os palestinos não deveriam estar encarregadas de reconstruir e ocupar a terra”. Ele disse ainda que enxerga os EUA assumindo uma “posição de posse de longo prazo” em Gaza.

“Ter aquele pedaço de terra, desenvolvê-lo, criar milhares de empregos. Vai ser realmente magnífico”, afirmou Trump.

As declarações foram feitas durante a visita de Benjamin Netanyahu, o primeiro líder estrangeiro a ser recebido durante o segundo mandato de Trump. O premiê israelense não comentou o plano de Trump para Gaza.

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Amizade antiga: presidente Donald Trump e o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu apertam as mãos durante coletiva de imprensa em 15 de fevereiro de 2017, no Salão Leste da Casa Branca em Washington. Foto: White House

Proposta de Trump é vista como limpeza étnica

Antes da declaração ao lado de Netanyahu, Trump já havia dito que “a única alternativa dos palestinos que vivem na Faixa de Gaza seria deixar o território”. Essa ideia é apoiada pela pela extrema direita israelense e é vista como limpeza étnica por analistas de direito internacional. A comunidade internacional e o presidente Lula também criticam a proposta.

Trump quer que a Jordânia e o Egito recebessem os palestinos retirados do território que tem sido duramente castigado ao longo dos tempos e, principalmente, após 15 meses de guerra entre Israel e Hamas.

Jordânia e Egito já demonstraram repúdio à ideia: ambos defendem que os palestinos têm direito de permanecer em suas terras.

A Arábia Saudita emitiu comunicado dizendo que não vai estabelecer laços com Israel até que o Estado Palestino seja criado. O sauditas também rejeitaram a proposta de Trump de retirar palestinos de Gaza.

O presidente norte-americano não deu detalhes sobre como esse processo de reassentamento de palestinos possa ser feito.

Até a chegada de Trump no novo mandato, os Estados Unidos diziam ser contra o deslocamento forçado de palestinos. O então presidente Joe Biden defendia a criação do Estado Palestino e fazia declarações sobre um acordo para convivência pacífica com Israel.

Para a comunidade internacional, as declarações de Trump trazem preocupações sobre a saída em massa de palestinos da Faixa de Gaza, o que pode provocar o “apagamento” do grupo na região e enfraquecer a histórica ideia da criação do Estado da Palestina.

Devastada, Gaza precisa de ajuda internacional

Depois do início do cessar-fogo entre Israel e o Hamas, milhares de palestinos retornam para a Faixa de Gaza. Com barracas, a pé, em caminhões e mesmo em carroças puxadas por burros, os refugiados chegam especialmente às áreas do norte do território palestino, passando por áreas totalmente devastadas. 

Os primeiros caminhões com ajuda humanitária entraram em Gaza poucos minutos após o início do cessar-fogo, afirmou um responsável da Organização das Nações Unidas (ONU) para os Territórios Palestinianos na rede social X.

“Não esperávamos tanta destruição. Estávamos construindo nossa casa há 20 anos, e foi destruída em um momento”, disse um homem à AFP, em Rafah. A maioria dos civis na Faixa de Gaza ficou desalojada durante os 15 meses de bombardeio israelense com o objetivo de eliminar os militantes do Hamas que atacaram Israel em 7 de outubro de 2023.

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Durante um período de oração, uma mesquita dentro da Escola Al Tabaeen foi atacada pelas Forças de Defesa de Israel “pelo menos três vezes”. Foto: Unwra

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Com Agências Internacionais

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