Onda de calor atinge o país 

Nova onda de calor chega no Sudeste e Nordeste a partir da quarta-feira (13)
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Rio de Janeiro (RJ) – Frequentadores se refrescam na Praia do Flamengo durante semana com alerta de calor extremo. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Uma nova onda de calor começa a atingir os estados do Sudeste e Nordeste a partir desta quarta-feira (13), prolongando-se até o dia 18, segundo boletim da Climatempo. O fenômeno, que já afeta o Sul do país e deveria perder força até quarta-feira (12), ganhou intensidade e se expandiu para outras regiões. Confira mais em TVT News.

De acordo com a empresa de meteorologia, desde o Vale do Paraíba, no interior de São Paulo, até o leste do Piauí e o interior de Pernambuco, as temperaturas podem ficar entre 5°C e 7°C acima da média histórica para fevereiro. 

Nesta segunda-feira (10), o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu alerta de alto risco à saúde para o Rio Grande do Sul, onde as temperaturas podem ficar 5°C acima da média por mais de cinco dias, afetando grande parte do estado e chegando ao sul de Santa Catarina. No RS, os termômetros podem se aproximar ou até superar os 40°C. Em Porto Alegre, a previsão é de que as máximas variem entre 38°C e 40°C. Devido ao calor intenso, a Justiça gaúcha suspendeu as aulas em todo o estado. 

No Sudeste, as capitais podem registrar os dias mais quentes do ano ao longo da semana. Entre quarta (13) e quinta-feira (14), o Rio de Janeiro pode atingir marcas entre 38°C e 39°C, com algumas áreas chegando a 40°C. Já em Belo Horizonte, as temperaturas podem variar entre 34°C e 35°C entre quinta e sexta-feira (14). Em Vitória, no Espírito Santo, os termômetros podem marcar 36°C ou 37°C. 

Em São Paulo, as temperaturas serão um pouco mais amenas em comparação às demais capitais da região, mas ainda assim elevadas, podendo chegar a 34°C ou 35°C. 

Mundo: recordes de calor ano a ano 

A Organização Meteorológica Mundial (OMM), ligada à ONU, confirmou no início de 2024 que 2023 foi o ano mais quente já registrado. Dados internacionais apontam que a média global no ano passado ficou 1,45°C acima dos níveis pré-industriais, com margem de erro de ±0,12°C. No mesmo relatório, a OMM alertou que 2024 poderia ser ainda mais quente — previsão que se concretizou. 

O ano de 2024 não apenas superou as altas temperaturas de 2023, como bateu seu próprio recorde em menos de 24 horas. Segundo o observatório climático europeu Copernicus, o mundo registrou a maior temperatura média global da história em 22 de julho de 2024, atingindo 17,15°C, um dia após ter alcançado 17,09°C em 21 de julho. O aumento de 0,06°C em um único dia é superior às variações típicas observadas. Até então, o recorde histórico havia sido registrado em 6 de julho de 2023, com 17,08°C. O Copernicus realiza medições desde 1940. 

O calor extremo de 2023 foi atribuído, em parte, ao fenômeno El Niño, que chegou ao fim em 2024. No entanto, os recordes de temperatura continuaram a ser quebrados. Especialistas apontam que o aquecimento global da superfície terrestre e dos oceanos, aliado à intensificação das mudanças climáticas, são os principais fatores por trás dessas ondas de calor recorrentes. Além disso, a fumaça das queimadas, não apenas no Brasil, agravou ainda mais a situação. 

Para 2024, as expectativas são de aumento contínuo das temperaturas. Janeiro deste ano já foi considerado o mais quente já registrado, contrariando as projeções iniciais do Copernicus, que previam condições mais amenas devido ao fenômeno La Niña — resfriamento anômalo das águas do Pacífico. No entanto, o fenômeno não foi suficiente para interromper a sequência de recordes, e o início de 2024 registrou temperaturas globais médias 1,75°C acima dos níveis pré-industriais, consolidando uma série histórica de marcas elevadas iniciada em 2023. 

Ondas de calor aumentam riscos de desidratação no país

As ondas de calor no país aumentam os riscos de desidratação, especialmente entre idosos, crianças e pessoas com doenças crônicas, como diabetes e problemas cardiovasculares. A exposição prolongada ao sol intensifica a perda de líquidos e sais minerais, podendo causar sintomas como sede intensa, boca seca, tontura e, em casos graves, confusão mental e complicações renais. Grupos vulneráveis, como gestantes, também devem redobrar os cuidados.

O Médico de Família e Comunidade da UBS Jardim Valquíria, gerenciado pelo CEJAM – Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”, em parceria com a Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo, Raul Queiroz Mota de Sousa, dá algumas dicas para se manter hidratado durante a onda de calor: recomenda-se consumir 35 ml de líquido por quilo de peso corporal por dia, aumentando a ingestão em casos de exposição ao calor ou prática de exercícios. Além da água, sucos naturais, água de coco e frutas como melancia e melão ajudam na hidratação. Evitar o sol nos horários mais quentes, usar roupas leves e protetor solar são medidas essenciais para prevenir a desidratação e proteger a saúde.

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