Mercosul: Lula quer acordo com o Japão

Presidente brasileiro defende que velhos parceiros econômicos devem reforçar alianças para enfrentar instabilidades globais
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Presidente brasileiro defende união para enfrentar instabilidades da economia global. Foto: Ricardo Stuckert/Reprodução

Lula defende uma parceria entre o Mercosul e o Japão. Para o presidente brasileiro, as negociações devem ser lançadas ainda enquanto o Brasil está na presidência do bloco econômico, no próximo semestre. Saiba mais na TVT News.

Nesta quarta-feira (26) o presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve no encerramento do Fórum Econômico Japão-Brasil, um espaço para reafirmação de laços econômicos. Sobre as relações comerciais e o comércio bilateral, Lula afirmou que o “Brasil é um porto seguro”. A visita resultará na assinatura de dez acordos de cooperação nas mais diversas áreas, além de quase 80 instrumentos entre empresas, bancos, universidades e outras instituições.

Parceiros comerciais

O presidente Lula falou sobre a importância dos países que são parceiros globais se unirem para enfrentar as incertezas e instabilidades da economia global. “A segunda coisa que precisamos defender é o livre-comércio. Não podemos voltar a defender o protecionismo. Queremos comércio livre para que a gente possa fazer com que nossos países se estabeleçam no movimento da democracia, no crescimento econômico e na distribuição de riqueza”, ressaltou Lula.

Em um dia em que o ex-presidente Jair Bolsonaro pode virar réu pelos crimes cometidos em 8 de janeiro, Lula falou sobre a necessidade de brigar pela democracia. “Temos que primeiro brigar muito pela democracia. A democracia corre risco no planeta com eleição de extrema-direita negacionista, que não reconhece sequer vacina, sequer a instabilidade climática e sequer partidos políticos. A negação da política não trará nenhum benefício para a humanidade”, destacou Lula, o presidente do Brasil.

O presidente brasileiro falou para uma plateia de políticos e empresários, incluindo o primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba.

Também estão na comitiva do presidente representantes sindicais brasileiros que participaram de uma reunião para discutir medidas tomadas na atual gestão em torno do mundo do trabalho. Entre as pautas estão a medida que determina salários iguais para homens e mulheres que exercem a mesma função, a retomada da política de valorização do salário mínimo, com aumento acima de inflação.

Participaram integrantes da Central Única dos Trabalhadores, da Força Sindical, do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região. Do lado japonês, estiveram presentes a presidente e vários representantes da Confederação Sindical do Japão (Rengo).

Mercosul Japão

Maior defensor do multilateralismo, Lula falou sobre a relação entre os países. “ A relação política, a relação entre universidades, a troca de experiências científicas e tecnológicas. Nós não queremos mais muros. Não queremos mais ser prisioneiros da ignorância. Nós queremos ser livres e prisioneiros da liberdade”, concluiu.

Durante o discurso, Lula garantiu “ Em um mundo cada vez mais complexo, é fundamental que parceiros históricos se unam para enfrentar as incertezas e instabilidades da economia global. Estou seguro de que precisamos avançar com a assinatura de um acordo de parceria econômica entre Japão e Mercosul”.

Ainda em declaração para a imprensa, Lula falou sobre a possibilidade de lançar negociações de um acordo com o Japão durante a presidência brasileira no Mercosul ainda “no próximo semestre”.

Meio Ambiente

Em seu discurso, o presidente Lula relembrou a realização da COP30 no coração da Amazônia e reforçou que o Brasil vai continuar fazendo uso de fontes renováveis.

“Fontes renováveis representam 50% da matriz energética e mais de 90% da matriz elétrica brasileira. Continuaremos a liderar a transição justa […] eu espero que o primeiro-ministro Ishiba esteja participando da COP, para ter contato com o coração da Amazônia, de que todo mundo fala e que pouca gente conhece”.

Ainda sobre descarbonização ponderou que não é uma escolha “É uma necessidade e grande oportunidade. O envolvimento do setor privado é fundamental. O Brasil sempre será um aliado para reduzir a dependência global de combustíveis fósseis”, disse.

Com informações de Agência Gov

Por Girrana Rodrigues

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