“Quem entra papa, sai cardeal”: os candidatos ao cargo e a escolha do novo papa

Veja quem são os candidatos a Papa que podem suceder Francisco. Diz o ditado: "quem entra favorito a Papa, costuma seguir como Cardeal"
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Cardeais se encontrarão para definir o novo papa da Igreja Católica. Foto: Reprodução/Vatican News

Depois de 12 anos, daqui a alguns dias o alto escalão da Igreja Católica se isolará na Capela Sistina para a escolha do novo papa. Entre os 120 cardeais fixados para votar no conclave, um sairá como o novo Santo Padre. Conheça, na TVT News, alguns dos candidatos para o cargo mais alto da Igreja. 

Entenda: Como será o conclave para eleger o próximo Papa?

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Como será o conclave para escolher o novo Papa. Arte: TVT News

Quem são os candidatos a Papa?

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Os possíveis papas. Arte: TVT News

Os cardeais conservadores

Fridolin Ambongo Besungu

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65 anos

Kinshasa, República Democrática do Congo

Nomeado por Papa Francisco, o cardeal Fridolin atua como arcebispo de Kinshasa e segue uma linha mais conservadora da Igreja Católica. 

Ambongo Besungu já afirmou publicamente que se opõe às bênçãos de casamentos entre pessoas homossexuais, dizendo “que as uniões entre pessoas do mesmo sexo são consideradas contraditórias às normas culturais e intrinsecamente más”.

Péter Erdö

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72 anos

Budapeste, Hungria

Considerado conservador, Péter ressalta as visões cristãs tradicionais em sermões pela Europa, indo contra as ideias mais progressistas de Francisco. 

Em 2015, durante a crise migratória de refugiados do Oriente Médio, Erdö se alinhou ao discurso do primeiro-ministro húngaro Viktor Orban e se opôs ao apelo do Papa Francisco para que as igrejas acolhessem os imigrantes. 

Robert Sarah

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79 anos

Youkounkoun, Guiné

Crítico do Papa Francisco e querido da ala conservadora da Igreja Católica, o cardeal criticou publicamente a autorização de bênçãos para casais homoafetivos e declarou que a “ideologia de gênero” é uma ameaça à sociedade. 

Prefeito-emérito da Congregação para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos do Vaticano, Sarah desaprova as restrições às missas tradicionais em latim e é contra o fundamentalismo islâmico. Caso eleito, seria o primeiro papa negro e um aceno da Igreja aos ideais conservadores.  

Os cardeais moderados

Mario Grech

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68 anos

Gozo, Malta

Tendo um perfil mais moderado, Mario se alinha às reformas promovidas pelo Papa Francisco nos últimos anos. Contudo, seus aliados insistem que o sacerdote é conhecido por muitos cardeais e dialoga bem entre o campo conservador e progressista.

Secretário do Sínodo dos Bispos, Grech reiterou que vê os desafios e as mudanças enfrentadas pela Igreja Católica com positividade. Segundo ele, a Igreja deve superar a nostalgia do passado para que continue relevante para as sociedades modernas. 

Em 2014, o cardeal se mostrou a favor de uma maior receptividade dos católicos LGBTQIAPN+ pela Igreja.

Peter Kodwo Appiah Turkson

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76 anos

Nsuta, Gana

Nomeado por João Paulo II em 2003, foi o primeiro cardeal ganês. Peter tem uma inclinação conservadora, mas se opõe à criminalização de relacionamentos homoafetivos em países africanos, dizendo que “a homossexualidade não deveria ser tratada como uma ofensa”.

Em 2012, Turkson foi acusado de fazer previsões alarmistas sobre a disseminação do islamismo na Europa durante uma conferência de bispos do Vaticano, episódio pelo qual se desculpou mais tarde. 

Pietro Parolin

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70 anos

Schiavon, Itália

Secretário de Estado do Vaticano sob o papado de Francisco, Pietro se destaca como um papa diplomata e a favor da comunicação. 

Porém, Parolin já condenou a legalização do casamento homoafetivo no mundo, chamando de “derrota para a humanidade” a votação na Irlanda em 2015, em que resultou a favor da comunidade homossexual. 

Os cardeais progressistas

Juan Jose Omella

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79 anos

Barcelona, Espanha

O cardeal espanhol se dedica as causas sociais e a promoção da justiça social. Acreditando nos ideais de Francisco, Omella defendeu em entrevista que a sociedade “não deve ver a realidade apenas pelos olhos daqueles que mais têm, mas também pelos olhos dos pobres”.

De 1999 a 2015, Juan trabalhou no combate a fome e a pobreza em países subdesenvolvidos em cooperação com a ONG espanhola Manos Unidas.

Luis Antonio Gokim Tagle

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67 anos

Manila, Filipinas

Nomeado por Bento XVI em 2012, Luis Antonio já foi considerado um dos cardeais “favoritos” do Papa Francisco. Comprometido com a equidade e a defesa dos direitos humanos, o cardeal já foi presidente da organização humanitária católica Caritas Internacional, e é visto como um nome que daria continuidade às reformas progressistas lideradas por Francisco.

Em 2015, quando era arcebispo de Manila, Luis Antonio pediu que a Igreja Católica reavaliasse sua postura em relação à comunidade LGBTQIAPN+, divorciados e mães solteiras, afirmando que todo indivíduo merece compaixão e respeito. 

Matteo Maria Zuppi

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69 anos

Roma, Itália

Considerado o mais progressista dos candidatos, Matteo foi nomeado cardeal por Francisco em 2019, com uma trajetória de vida de luta pela justiça social. O sacerdote foi mediador de um acordo de paz em 1992 entre o governo de Moçambique e a Resistência Nacional Moçambicana, grupo envolvido na guerra civil do país, que deu fim ao conflito.

Sob o apelido “padre de rua”, Zuppi defende abraçar a diversidade e “rejeitar o ódio”, seguindo concepções de Francisco. O sacerdote aprova a inclusão da comunidade LGBTQIAPN+ e o celibato opcional para os padres.

Como funciona o conclave?

O termo “conclave” vem do latim cum clavis, que significa “fechado à chave”, em referência ao isolamento total dos cardeais eleitores durante o processo — sem acesso ao mundo exterior, sem comunicação e com vigilância reforçada, para garantir a confidencialidade da votação.

Os cardeais eleitores devem se reunir no Vaticano entre o 15º e o 20º dia após a morte do papa. Durante esse período, permanecem hospedados na Casa Santa Marta, onde ficam completamente isolados até o fim do processo eleitoral.

Atualmente, cerca de 120 cardeais participam da eleição do novo pontífice. Embora a Igreja conte com 252 cardeais espalhados pelo mundo, apenas os que têm menos de 80 anos de idade no dia da abertura do conclave têm direito a voto, conforme estabelecido pelas regras do Vaticano.

Os cardeais eleitores podem realizar uma primeira votação ainda no primeiro dia do conclave, na Capela Sistina. A partir do segundo dia, o ritmo se intensifica: são realizadas até quatro votações diárias — duas pela manhã e duas à tarde — até que um único nome concentre a maioria necessária dos votos.

Cada cardeal escreve à mão o nome de seu candidato preferido em uma cédula, sob a inscrição latina “Eligio in Summum Pontificem”, que significa “Eu elejo como Sumo Pontífice”. Para preservar o anonimato e a confidencialidade do processo, os cardeais são instruídos a não usar sua caligrafia habitual.

Caso não haja definição até o fim do segundo dia, o terceiro é reservado exclusivamente à oração e contemplação, sem votações. Depois disso, o processo é retomado. Para que um nome seja escolhido, é necessário alcançar o apoio de dois terços dos cardeais votantes.

O conclave pode durar dias ou até semanas, a depender da velocidade com que o consenso é alcançado.

Que horas será o conclave?

  • 10h (Roma) | 5h (Brasília): Missa na Basílica de São Pedro
  • Almoço: Refeitório da Casa Santa Marta
  • 16h30 (Roma) | 11h30 (Brasília): Oração na Capela Paulina
  • Logo após: Procissão dos cardeais à Capela Sistina e primeira votação
  • 19h (Roma) | 14h (Brasília): Primeira fumaça
  • A primeira fumaça costuma ser preta, pois dificilmente há consenso na primeira votação.
  • A partir do segundo dia do conclave são previstas quatro votações por dia: duas pela manhã e duas pela tarde.

Veja o cronograma do primeiro dia do conclave

A previsão é que o público veja duas fumaças por dia

Quarta-feira (7)

  • 11h30 – Entrada na Capela Sistina, juramentos coletivos e individuais. Após o fechamento das portas, há um discurso dentro da capela, abertura para possíveis perguntas e, em seguida, votação
  • 14h – Previsão para que primeira fumaça saia da chaminé da Capela Sistina

Quinta-feira (8)

  • 5h30 – Fim de votação; só haverá fumaça branca se de fato um papa for eleito
  • 7h00 – Fim de segunda votação e, caso não haja papa, a fumaça preta sairá da chaminé
  • 12h30 – Fim de votação; novamente, só haverá fumaça bramca se de fato um papa for eleito
  • 14h00 – Fim de nova votação e, caso não haja papa, a fumaça preta sairá da chaminé

Caso não haja um papa eleito na quinta-feira, novas votações devem acontecer nos dias seguintes.

Quando o Papa será anunciado?

  • Se o novo Papa for eleito, o anúncio Habemus Papam deve ocorrer entre 45 min e 1h após a fumaça branca
  • Portanto, se o Papa for eleito na votação da manhã, o anúncio na sacada da Basílica de São Pedro deve ser por volta das 13h (8h, de Brasília).
  • Se a eleição do novo Papa acontecer na eleição da tarde, o Habemus Papam deve ser por volta das 18h30 (13h30, de Brasília).

Análise: quem tem chance de ser eleito no conclave?

Frei Betto descarta a possibilidade de um cardeal latino-americano se tornar papa após a morte de Papa Francisco, no Jornal TVT News Primeira Edição. A previsão do frade é que o papado voltará às mãos de italianos. Cardeais dos EUA devem tentar emplacar um dos seus pares, mas há rejeição por serem os mais ricos e arrogantes, explica Frei Betto.

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