1º de maio: ‘o ABC é solo sagrado da classe trabalhadora’, afirma Moisés Selerges

Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Moisés Selerges, celebrou a data e evento desde 1º de maio em São Bernardo do Campo
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Festa do 1º de Maio contou com mais de 70 mil pessoas. Foto: 1º de Maio no ABC/SP. Crédito: Dino Santos

“Hoje (1º de maio) é um dia de festa dos trabalhadores e trabalhadoras. Festa e reivindicações. Voltar para o ABC depois de nove anos é simbólico. Consideramos o ABC como solo sagrado da classe trabalhadora por conta da região. É uma festa em que nos sentimos em casa entre irmãos e irmãs. Todas as categorias. É uma festa bacana de simbolismo histórico”, resumiu o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Moisés Selerges, em entrevista para a repórter Girrana Rodrigues, da TVT News.

Ele completou: “Todo primeiro de maio é marcante. Nos reencontrarmos nessa cidade com tanta história e festa enorme como está. Pessoal feliz. Essa é marcante. A do ano que vem vai ser mais marcante. E assim consecutivamente. Trabalhador tem direito de comemorar, ouvir um samba bom, molhar as palavras, somos filhos de Deus. Vamos festejar que é dia nosso.”

Mais tarde, em saudação de encerramento, Selerges anunciou a intenção de realizar a celebração do 1º de Maio do ano que vem no Estádio da Vila Euclides, palco lendário das greves históricas dos metalúrgicos do ABC em 1979 e 1980, que serviram de impulso para o fim da ditadura. “O Paço municipal ficou pequeno. Mais de 70 mil pessoas. Quero dizer que no ano que vem nós vamos fazer o 1º de maio no Estádio da Vila Euclides. Temos um encontro marcado no ano que vem. Viva a classe trabalhadora”.

O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, saudou a diretoria do Metalúrgicos do ABC e as outras 23 entidades sindicais que realizaram as comemorações do 1º de Maio em São Bernardo. Disse que o governo federal continua atuando formente para continuar gerando emprego e renda, fortalecendo a classe trabalhadora. E como recado da classe trabalhadora, sugeriu a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Dia do Trabalhador do próximo ano. “Esse é o recado para o presidente Lula, nós queremos você aqui no ano que vem”, disse o ministro. 

1º de maio no ABC

Milhares de trabalhadores e trabalhadoras lotam o Paço Municipal de São Bernardo do Campo neste 1º de maio. Este Dia do Trabalhador e da Trabalhadora é marcado por música, solidariedade e, principalmente, reivindicações históricas da classe trabalhadora. O evento resgatou o protagonismo do ABC Paulista como berço de mobilizações que marcaram a história social e política do Brasil. Participam 24 sindicatos de diferentes categorias.

Das 10h às 21h, o público pode assistir a uma série de shows de grandes nomes da música popular, como Belo, MC Hariel, Pixote e Tiee, enquanto reforça, em uníssono, as bandeiras por justiça social e trabalhista. A entrada solidária – 2 kg de alimentos não perecíveis – reforçou o caráter comunitário da festa, com as doações destinadas ao Fundo de Solidariedade de São Bernardo do Campo e outras entidades da região.

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Trabalhadores e trabalhadoras lotam São Bernardo do Campo neste 1º de maio Foto: Ana Beatriz Alves/TVT News

Pautas do 1º de maio

Mas a música foi apenas pano de fundo para as pautas centrais do ato: a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, o fim da cobrança sobre a Participação nos Lucros e Resultados (PLR), a redução da jornada de trabalho sem redução salarial, o fim da escala 6×1 e a diminuição da taxa de juros, que pesa diretamente no custo de vida dos brasileiros.

Falam os sindicatos

“A gente precisa acabar com esse capitalismo selvagem que amarga o trabalhador. Chega de lucro só para o empresário e doença para o trabalhador”, disparou Nelson Salazar, representante do Sindicato dos Vigilantes do ABC. Para ele, a juventude tem papel fundamental nesse processo: “Precisamos dessa brava juventude que tem ajudado o Brasil e vai nos ajudar a combater esse empresariado pilantra.”

Edilene Arjoni, presidenta do SinproABC, destacou a importância da união entre os trabalhadores, mesmo diante das adversidades: “Nossa luta é árdua, mas só tem sucesso na união, na conquista, na força. Tivemos campanhas salariais extremamente difíceis, mas também tivemos vitórias. Quem é de luta não foge dos desafios.”

A memória histórica também esteve presente nas falas. Paulo Rogério, do Sindicato dos Rodoviários do ABC, lembrou da origem do 1º de Maio em Chicago, em 1886, e destacou os avanços no Brasil com a recente assinatura do decreto presidencial que garante igualdade salarial entre homens e mulheres. “É emocionante ver tantas companheiras aqui hoje. Isso mostra que a luta por igualdade está viva.”

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Festa do 1º de Maio contou com mais de 70 mil pessoas. Foto: 1º de Maio no ABC/SP. Crédito: Dino Santos

Já Ritchie Soares Barbosa Martins, do Sindema, enfatizou o simbolismo político do evento: “Hoje comemoramos a volta do 1º de Maio histórico neste dia que ficará marcado no ABC. Vivíamos um cenário de vergonha nacional. Agora, com o presidente Lula, vemos que muita coisa voltou para os trilhos.”

O retorno do 1º de Maio ao ABC, após anos de ausência, reforça o legado combativo da região, que foi palco de greves operárias decisivas no final da ditadura militar e início da redemocratização. Celebrado no Brasil desde 1925, o feriado nacional continua sendo um momento crucial de mobilização e reflexão coletiva.

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