Na próxima sexta-feira o jornalista Vladimir Herzog completaria 88 anos. Na véspera, dia 26, o Instituto Vladimir Herzog realiza um ato simbólico para celebrar a assinatura de um acordo entre a família da vítima da ditadura e o Estado brasileiro. Saiba mais em TVT News.
50 anos da morte de Herzog

A Advocacia-Geral da União (AGU) vai assinar um acordo judicial para o pagamento de indenização aos familiares do jornalista Vladimir Herzog, assassinado durante o período da ditadura militar no país. A família do jornalista deverá receber R$ 3 milhões em danos morais e valores retroativos da reparação econômica. O acordo será feito no âmbito da ação judicial na qual a família processou a União em busca da reparação.
Vladimir Herzog começou a carreira como jornalista, em 1959, no jornal O Estado de S. Paulo, passou pela TV Excelsior, Rádio BBC de Londres, TV Cultura e foi professor de jornalismo da Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP) e na ECA-USP.
Em 24 de outubro, militares procuraram Vlado na Cultura. O jornalista combinou que estaria disponível na manhã do dia 25 para o interrogatório e compareceu espontaneamente à sede do Destacamento de Operações de Informação – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi/SP), na Vila Mariana, para depor. No local, sofreu tortura e violência e foi assassinado.
Naquele período, forjaram uma falsa versão de suicídio, que não se sustentou. Dois dias após a morte de Vladimir Herzog, em 27 de outubro, centenas de jornalistas se reuniram no auditório do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo e impulsionaram a realização do culto ecumênico em sua memória na Catedral da Sé, em 31 de outubro – uma das mais emblemáticas manifestações contra a ditadura, que levou uma multidão de mais de 8 mil pessoas à Catedral da Sé e todo o entorno para a missa de 7º dia do jornalista.
A assinatura do acordo trata-se de um momento de profunda importância para a família, para os amigos de Vlado e para todos aqueles que, ao longo desses anos, estiveram ao lado da luta por verdade e justiça no Brasil.
Ato no Sindicato dos Jornalistas em homenagem a Vlado
Ainda na esteira dos atos por memória, verdade e justiça, entidades jornalísticas se reunirão em 27 de junho, data em que Vladimir Herzog completaria 88 anos, no Auditório Vladimir Herzog, no Sindicato dos Jornalistas. A ideia do evento, é relembrar a resistência do passado e refletir sobre como o jornalismo deve ser defendido no presente.
O ato é convocado pela ABI (Associação Brasileira de Imprensa), Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo), FENAJ (Federação Nacional dos Jornalistas), Instituto Vladimir Herzog, Repórteres Sem Fronteiras e Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo.
Em 1976, após a morte de Herzog, mais de mil jornalistas assinaram um manifesto intitulado “Em Nome da Verdade”, que denunciava o assassinato de Vlado e questionava as versões da Justiça Militar. O texto foi divulgado como anúncio pago e financiado por meio de vaquinha.
Até hoje, não houve investigação nem responsabilização dos autores do assassinato de Vladimir Herzog, das violências praticadas pelo regime militar contra milhares de vítimas que, por motivos políticos, foram sequestradas, presas ilegalmente e torturadas.
Ato: “Em nome da Verdade – 50 anos por Vlado”
Local: Rua Rego Freitas, 530 – Sobreloja (próximo à estação República – São Paulo/SP;
Horário: 19h.
Com informações de Agência Brasil Instituto Vladimir Herzog e Sindicato dos Jornalista do Estado de SP.