A gestão de Augusto Melo no Corinthians chegou oficialmente ao fim deste sábado (9). Afastado da presidência desde 26 de maio, o agora ex-presidente teve sua saída decretada após assembleia geral dos sócios, que votou pela destituição por 1.413 a 620. Entenda mais em TVT News.
A votação que durou todo sábado terminou com 69,59% votos pelo “sim” e 30,41% pelo “não”, totalizando 2.033 votos. Augusto Melo deixou o Parque São Jorge antes do fim da apuração, após a divulgação da quinta urna.
Com sua saída, o vice-presidente Osmar Stabile assume o cargo interinamente. O novo presidente do Corinthians terá um mandato reduzido, com duração apenas até dezembro de 2026, quando o clube realizará eleições tradicionais com participação dos associados. A escolha imediata será feita de forma indireta, ou seja, apenas pelos conselheiros.
O pedido de impeachment de Augusto Melo foi protocolado pelo grupo ‘Movimento Reconstrução SCCP’ e contou com 86 assinaturas de conselheiros do clube, a grande maioria nomes de oposição à atual gestão.
O principal motivo da destituição foi o envolvimento do ex-presidente no “Caso VaideBet ”. Ele se tornou réu por associação criminosa, furto qualificado e lavagem de dinheiro. Segundo as apurações, Melo estaria envolvido num esquema que teria desviado cerca de R$ 1,4 milhão dos cofres do clube por meio de empresas de fachada e movimentações financeiras suspeitas ligadas ao contrato de patrocínio com a casa de apostas “VaideBet”.
Também são investigados Marcelo Mariano (ex-diretor administrativo), Sérgio Moura (ex-superintendente de marketing) e o empresário Alex Fernando André, o Cassundé.
Os promotores do Ministério Público pedem que o clube seja indenizado em R$ 40 milhões e solicitaram o bloqueio de bens dos denunciados para garantir o ressarcimento dos prejuízos causados à instituição.
O que diz Augusto Melo?
Após ser destituído da presidência, Augusto Melo se pronunciou por meio de nota enviada em sua defesa. No comunicado, ele afirma que irá contestar as irregularidades da votação, adotando as medidas cabíveis.
Segundo a nota, a condução do processo foi feita por pessoas que estariam em campanha contra Melo, o que, segundo a defesa, comprometeu a autorização necessária para a realização da assembleia.
“O presidente Augusto Melo vai contestar as irregularidades da votação deste sábado (9/8) tomando as medidas cabíveis pelas vias adequadas. Entre os absurdos ocorridos neste sábado está a condução da votação por pessoas que estão em campanha contra Augusto Melo, sem isenção para desempenhar essa função.
A diretoria interina permitiu que entrassem no clube membros de organizadas que coagiram os votantes e se negou a disponibilizar o registro de entrada dos sócios no clube, para que fosse possível comparar o número de entradas com o número de votos. A apuração das urnas foi controlada pelos adversários do presidente. Na esfera judicial, todas as medidas estão sendo tomadas para provar a inocência de Augusto Melo em relação a acusações falsas que ensejaram a condução de um inquérito nulo pela Polícia Civil”.
O que acontece no Corinthians agora?
Após o impeachment, o Corinthians seguirá com uma eleição indireta para escolher o novo presidente. Somente conselheiros com pelo menos dois mandatos poderão votar, e os associados do clube não participam desse processo. O eleito assumirá um mandato até dezembro de 2026, completando o período que seria da gestão de Melo.
Enquanto isso, Osmar Stabile permanece como presidente interino e deve oficializar sua candidatura. A responsabilidade de convocar a nova eleição é de Romeu Tuma Jr., presidente do Conselho Deliberativo, que afirmou que pretende fazê-lo o mais rápido possível, embora o estatuto não defina um prazo específico.
