Mensagens no celular do coronel Flávio Peregrino, assessor do ex-ministro bolsonarista general Braga Netto, mostram que Bolsonaro queria seguir no poder após perder as eleições de 2022, buscando apoio das Forças Armadas. A divulgação foi feita pelo jornal “O Estado de S.Paulo”. Leia em TVT News.
O que dizem as mensagens no celular de assessor de Braga Netto
- Mensagens do assessor de Braga Netto, o coronel Flávio Peregrino, mostram que Bolsonaro queria continuar no governo mesmo depois de perder as eleições de 2022,
- Bolsonaro buscava apoio das Forças Armadas.
- Nas mensagens no celular, o coronel Peregrino criticou a ideia de golpe militar para manter Bolsonaro no poder, chamando-a de oportunismo, e teria apontado falta de gratidão do ex-presidente com os militares.
- O conteúdo foi divulgado pelo jornal O Estado de São Paulo
“Bolsonaro sempre quis se manter no governo” após derrota, disse assessor de Braga Netto
Anotações, mensagens e documentos extraídos pela Polícia Federal do telefone celular do coronel da reserva do Exército, Flávio Peregrino, assessor do general Walter Braga Netto, mostram bastidores das ações golpistas realizadas após a derrota de Jair Bolsonaro nas eleições de 2022.
O celular do coronel Flávio Peregrino foi apreendido pela Polícia Federal em dezembro de 2024 na mesma operação que levou à prisão de Braga Netto, que segue preso. O conteúdo encontrado no celular estava em documentos e em mensagens enviadas a ele mesmo pelo WhatsApp.
Em uma das mensagens no celular, o coronel diz que o líder das ações era o ex-presidente Jair Bolsonaro e afirma que os militares tentaram ajudá-lo porque “sempre foi a intenção dele” permanecer no poder mesmo após ter sido derrotado na eleição. O conteúdo divulgado pelo jornal reforça a acusação contra o ex-presidente, que será levada a julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF).

Marcelo Camargo/Agência Brasil
O que diziam as mensagens no celular apreendido
“A posição de muitos envolvidos (indiciados) é que buscaram sempre soluções jurídicas e constitucionais (Estado de Defesa e de Sítio, GLO e artigo 142). Tudo isso para achar uma solução e ajudar o Pres B [presidente Bolsonaro] a se manter no governo (pois SEMPRE foi a INTENÇÃO dele), em função de suspeitas de parcialidade no processo eleitoral e desconfiança nas urnas eletrônicas”, escreveu o coronel.
“Deixar colocarem a culpa nos militares que circundavam o poder no Planalto é uma falta total de gratidão do B [Bolsonaro] àqueles poucos, civis e militares, que não traíram ou abandonaram o Pres. B [Bolsonaro] após os resultados do 2º turno das eleições”, escreveu.
As mensagens foram divulgadas pelo jornal O Estado de S.Paulo.

De acordo com a reportagem do jornal, a defesa de Peregrino alegou que “as anotações foram feitas com liberdade de expressão”. A defesa de Braga Netto e de Bolsonaro, procuradas pela reportagem de O Estado de S.Paulo, não quiseram se manifestar sobre as mensagens.