Pesquisa Ipsos-Ipec divulgada nesta terça-feira (12) aponta que a maioria dos eleitores brasileiros defendem que o Brasil responda na mesma moeda ao tarifaço de 50% imposto pelo presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump. Dos entrevistados, 49% que acreditam que o país deve reagir aplicando tarifas altas sobre os produtos estadunidenses. Saiba mais em TVT News.
Outros 43% discordam que o Brasil deva retaliar os EUA na mesma moeda. A percepção favorável à reação brasileira é maior entre os eleitores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no segundo turno das eleições de 2022 (61%) do que entre os eleitores de Jair Bolsonaro (38%).
A pesquisa, realizada entre 1º e 5 de agosto, foi feita com base em 2 mil entrevistas com pessoas de 16 anos ou mais em 132 cidades levantou a percepção dos brasileiros sobre o tarifaço imposto por Trump aos produtos brasileiros. O nível de confiança é de 95%.
Maioria acredita que tarifaço de Trump é questão política
A pesquisa mostra que 75% vê a decisão de Trump impor o tarifaço ao Brasil como política, enquanto apenas 12% vê como questão comercial e 5% enxerga ambas as motivações. Os motivos políticos prevalecem tanto entre os eleitores de Lula (79%) quanto entre os bolsonaristas (73%).
- uma questão política: 75%;
- uma questão comercial: 12%;
- ambas: 5%;
- não sabem/não responderam: 8%.
Imagem dos EUA foi desgastada entre brasileiros
De acordo com o levantamento, após o tarifaço, a imagem dos EUA mudou para pior para 38%, mudou para melhor para 6% e permaneceu a mesma para 51%.
Antes do tarifaço, a imagem que os brasileiros tinham dos Estados Unidos era em sua maioria “boa” (29%). As demais percepções eram “regular” (28%), “ótima” (19%), “péssima” (11%) e “ruim” (4%).
- permaneceu a mesma: 51%;
- mudou para pior: 38%;
- mudou para melhor: 6%;
- não sabem/não responderam: 5%
Maioria defende que Brasil deve priorizar acordo com outros parceiros
Para 68%, o Brasil deveria priorizar acordos com outros parceiros comerciais, como a China e a União Europeia. O grupo que discorda da afirmação representa 25% dos entrevistados. A opinião favorável à prioridade aos acordos com outras nações é maioria tanto entre bolsonaristas (59%) quanto entre lulistas (75%).
- concordam totalmente: 45%;
- concordam em parte: 23%;
- discordam em parte: 10%;
- discordam totalmente – 15%;
- não sabem/não responderam: 8%.
Opiniões se dividem sobre afastamento do Brasil dos EUA
Dos entrevistados, 47% discorda que o Brasil deveria reavaliar sua parceria comercial e se distanciar dos Estados Unidos. A diferença para o grupo favorável à afirmação é de apenas um ponto percentual: são 46% os que defendem a mudança nos acordos e afastamento dos EUA.
Entre os bolsonaristas, a opinião majoritária é desfavorável ao distanciamento (65%). O contrário ocorre com os lulistas, entre os quais 61% defende o afastamento do Brasil dos Estados Unidos.
- concordam totalmente: 28%;
- concordam em parte: 18%;
- discordam em parte: 17%;
- discordam totalmente: 30%:
- não sabem/não responderam: 8%.
Isolamento do Brasil no cenário internacional
A maioria dos entrevistados (60%) acredita que a situação de embate com os Estados Unidos pode deixar o Brasil mais isolado no cenário internacional. A percepção de que o Brasil deve ficar isolado após o ataque de Washington é majoritária entre bolsonaristas (70%) e lulistas (53%). Quem discorda da afirmação representa 32%.
- concordam totalmente :38%;
- concordam em parte: 22%;
- discordam em parte: 14%;
- discordam totalmente: 18%;
- não sabem/não responderam: 8%.
Maioria deve priorizar produtos nacionais se tarifaço prejudicar Brasil
A pesquisa também questionou os entrevistados sobre o que fariam caso o tarifaço prejudique a economia brasileira.
- deixar de comprar produtos americanos: 22%;
- cancelar ou repensar planos de viagem para os Estados Unidos: 5%;
- apoiar políticos braisleiros que defendam o distanciamento dos Estados Unidos, buscando acordos com outros países: 9%;
- usar as redes sociais e espaços públicos para criticar a medida de Trump: 3%;
- priorizar o consumo de produtos nacionais: 39%;
- não estaria disposto a toamr nenhuma medida: 10%;
- não sabe/não respondeu: 13%.