Privatizações e mudanças na CPTM prejudicam passageiros de longa distância

Privatizações na CPTM em São Paulo levam sistema a mais baldeações nas linhas 7-Rubi e 10-Turquesa. Entenda o que muda
privatizacoes-cptm-sp-prejudica-foto-govsp
A Estação Palmeiras–Barra Funda, um dos principais terminais de transporte sobre trilhos da capital paulista, passará por uma série de mudanças relacionadas a privatizações. Foto: Rogério Cassimiro/GOVSP

A partir do dia 28 de agosto, a Estação Palmeiras–Barra Funda, um dos principais terminais de transporte sobre trilhos da capital paulista, passará por uma série de mudanças relacionadas às privatizações. Entenda na TVT News.

A principal delas é a inclusão da Linha 10-Turquesa, que terá seu novo terminal na Barra Funda, facilitando a conexão com outras linhas. Por outro lado, o fim do Serviço 710, que permitia viagens diretas entre Jundiaí e Rio Grande da Serra, trará prejuízos para milhares de passageiros, sobretudo os que fazem longos trajetos entre o interior, o ABC e a região metropolitana.

CPTM melhora

Enquanto passa por investidas privatistas, os trabalhadores da CPTM seguem atuando em melhorias. Por exemplo, a partir da próxima segunda-feira (25), começa a operação assistida da Linha 11-Coral, que será estendida até a estação Palmeiras-Barra Funda.

Além disso, o Expresso da Linha 10-Turquesa da CPTM está testando a redução do intervalo entre os trens para 20 minutos nos horários de pico, nos trechos entre Santo André e Tamanduateí.

Quais são os intervalos do Expresso Linha 10 e da Linha 13-Jade

A partir desta segunda-feira (18/08), o intervalo médio entre os trens do Expresso Linha 10 da CPTM será de 20 minutos durante os horários de pico da manhã e tarde.

Outra mudança ocorre no contrafluxo, de manhã no sentido Santo André e à tarde no sentido Tamanduateí, quando os trens não farão parada na estação São Caetano, permitindo que a redução no intervalo ocorra. No sentido de maior fluxo de passageiros, de manhã para Tamanduateí e à tarde para Santo André, a parada na estação São Caetano está mantida.

Linha 13-Jade

Já na Linha 13-Jade, o intervalo médio diminuirá de 15 para 10 minutos nos horários de pico, entre Engenheiro Goulart e Aeroporto-Guarulhos, também aumentando a oferta de lugares para os passageiros, o que beneficiará todos que utilizam o trajeto.

A Linha 12-Safira, desde 4 de agosto, teve seu intervalo reduzido e a retirada do loop interno, permitindo a circulação direta entre Brás e Calmon Viana com intervalo médio de 4,5 minutos nos horários de pico.

É possível acompanhar as informações pelas redes sociais da CPTM e esclarecer dúvidas pelos canais de atendimento: Central de Relacionamento no 0800 055 0121 ou pelo WhatsApp (11) 99767-7030.

Privatizações, mais baldeações, menos fluidez

O Serviço 710 da CPTM oferecia comodidade no sistema público. Era possível cruzar boa parte da Grande São Paulo e até o interior sem trocar de trem. Isso acabará. A partir do fim de agosto, os usuários precisarão fazer baldiações obrigatórias para completar o mesmo trajeto, seja na Estação Brás, Luz ou agora na Barra Funda.

Segundo a CPTM, a nova configuração terá como vantagem a troca de trens no mesmo nível das plataformas 5 e 6, em Barra Funda. Mas para quem vinha de longe ou depende de múltiplas conexões, isso não compensa a perda do trajeto direto.

Quem mais será afetado

Os mais prejudicados são:

  • Passageiros que percorrem longas distâncias entre regiões como o ABC e o interior;
  • Usuários com mobilidade reduzida, que terão de enfrentar mais trocas de trem;
  • Quem depende de integração perfeita entre linhas para não perder tempo no deslocamento.

Privatização da Linha 7-Rubi

O fim do Serviço 710 acontece justamente porque a Linha 7-Rubi foi privatizada, passando a ser operada pela concessionária TIC Trens. Com isso, a operação conjunta com a Linha 10-Turquesa, que permanece pública sob controle da CPTM, se torna inviável.

A decisão mostra um problema, a privatização de trechos essenciais do transporte público fragmenta a rede, dificulta a integração e pode gerar aumento no custo das passagens ou até políticas distintas de operação, em prejuízo ao cidadão.

A concessão da Linha 7-Rubi é mais um passo do governo do carioca bolsonarista Tarcísio de Freitas em sua política de desmonte e repasse de serviços essenciais à iniciativa privada, em nome de uma suposta “eficiência” que ignora o interesse público. O resultado prático é o fim de um serviço útil e acessível, substituído por um modelo mais complicado, fragmentado e menos funcional.

Estação ganha em conexões

Com a inclusão da Linha 10-Turquesa e, em breve, da Linha 11-Coral, a Estação Palmeiras–Barra Funda se tornará um dos principais nós do transporte paulista. A integração com metrô, trens e até o Expresso Aeroporto será facilitada. Para quem embarca ou desembarca ali, o impacto tende a ser positivo.

No entanto, a cidade e o estado perdem com o fim de um corredor ferroviário direto que ligava regiões estratégicas. O transporte sobre trilhos em São Paulo se torna mais fragmentado, comercial e menos eficiente para parte dos usuários.


📊 Veja quem ganha e quem perde:

🟩 Quem Ganha🟥 Quem Perde
Passageiros que usam a Estação Barra Funda como ponto de chegada ou saídaPassageiros que percorriam longas distâncias entre Jundiaí e Rio Grande da Serra
Quem utiliza linhas 3-Vermelha, 8-Diamante e Expresso AeroportoPessoas com mobilidade reduzida ou com dificuldade de locomoção
Passageiros da Linha 10 que agora têm conexão direta com mais linhasUsuários afetados pela privatização da Linha 7, que gerou a fragmentação da operação
CPTM, que diz buscar mais eficiência operacionalO transporte público como um todo, que perde um serviço integrado e direto
privatizações

Assuntos Relacionados