Escolas Conectadas: programa já alcança 60% das escolas públicas do Brasil

Dados atualizados do programa Escolas Conectadas revelam que a iniciativa do governo já levou conectividade a 82,2 mil escolas públicas
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"Conectar uma escola é conectar sonhos, oportunidades e o futuro de milhares de crianças e jovens.", disse o ministro sobre o Escolas Conectadas. Foto: Shizuo Alves/MCom

Acesso à internet de qualidade nas escolas públicas brasileiras é mais uma meta do governo Lula. Dados atualizados do programa Escolas Conectadas revelam que a iniciativa do governo já levou conectividade a 82,2 mil escolas públicas de ensino básico em todo o país, o que representa 60% do total de unidades escolares do Brasil. A meta do governo é atingir 137,8 mil instituições com internet banda larga e Wi-Fi aberto até o fim de 2026. Entenda na TVT News.

A expansão da conectividade escolar é vista como um marco da atual gestão no campo da educação e da inclusão digital. O programa é coordenado pelo Ministério das Comunicações, em parceria com o Ministério da Educação (MEC), governos estaduais e municipais, e integra a estratégia nacional de conectividade escolar lançada dentro do Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).

O ministro das Comunicações, Frederico de Siqueira Filho, recebeu nesta semana um relatório com os dados atualizados da iniciativa Escolas Conectadas. Ao comentar os resultados, o ministro reforçou o caráter estratégico do projeto.


“Conectar uma escola é conectar sonhos, oportunidades e o futuro de milhares de crianças e jovens. Estamos transformando a realidade da educação pública no Brasil, garantindo que a internet chegue onde antes não chegava. Nenhuma escola ficará para trás, essa é a nossa missão até 2026.”


Escolas Conectadas

O Escolas Conectadas é mais do que uma iniciativa de infraestrutura. Trata-se de uma política pública voltada à garantia do direito à educação digital para milhões de estudantes e professores da rede pública. Ao prover internet de qualidade para o uso pedagógico, o programa busca integrar tecnologias ao processo de ensino-aprendizagem, preparar os estudantes para os desafios do século XXI e reduzir desigualdades educacionais históricas.

A implementação da política já apresenta resultados significativos em 21 das 27 unidades federativas do Brasil, onde mais da metade das escolas já estão conectadas. Os estados com maior cobertura proporcional são Mato Grosso do Sul (79,3%), Rio Grande do Norte (78,49%) e Goiás (77,07%). A expectativa do governo é atingir os 100% até o final de 2026.

Investimento estratégico

O programa conta com investimento total de R$ 8,8 bilhões, distribuídos entre os Ministérios das Comunicações (R$ 6,5 bilhões) e da Educação (R$ 2,3 bilhões). Os recursos são provenientes de diversas fontes federais, evidenciando um esforço coordenado para garantir a sustentabilidade do projeto.

Do lado das Comunicações, os R$ 6,5 bilhões fazem parte do eixo Inclusão Digital e Conectividade do Novo PAC. Esse montante é viabilizado por quatro fontes principais: o leilão do 5G, o Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust), o Programa de Inovação Educação Conectada (PIEC) e a Lei nº 14.172/2021.

Já os recursos vinculados ao MEC somam R$ 2,3 bilhões, também distribuídos entre três fontes distintas: R$ 1,7 bilhão provenientes da Lei 14.172/2021; R$ 350 milhões do PIEC; e R$ 250 milhões do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT).

Esse modelo de financiamento híbrido permite não apenas maior abrangência, mas também a continuidade do programa nos próximos anos, com segurança orçamentária e compromisso institucional das diferentes esferas de governo.

Educação digital como política de Estado

O programa vai além do fornecimento de sinal de internet. Ele prevê Wi-Fi aberto nas escolas, adequado à quantidade de alunos e à infraestrutura física, além de orientações para o uso pedagógico das tecnologias, promovendo a educação digital e midiática desde as séries iniciais.

Segundo o Ministério das Comunicações, o objetivo é garantir que os alunos tenham acesso a conteúdos digitais, plataformas educacionais e recursos tecnológicos que ampliem suas oportunidades de aprendizado. Isso inclui o uso da internet tanto em salas de aula quanto em laboratórios, bibliotecas e outros ambientes escolares.

A execução do programa ocorre em articulação com estados, municípios e o Distrito Federal, respeitando as competências locais e garantindo capilaridade à iniciativa. A escolha das escolas beneficiadas, por exemplo, leva em conta critérios de vulnerabilidade social, localização geográfica e carência de infraestrutura.

As redes estaduais e municipais participam do planejamento e da manutenção da conectividade, o que torna o programa mais eficaz e enraizado nas realidades locais. Além disso, o envolvimento direto do MEC permite alinhar a política de conectividade com outras ações voltadas à qualidade da educação básica, como a formação de professores, aquisição de equipamentos e modernização de currículos.

Inclusão e justiça digital

Embora o Brasil tenha avançado na expansão da internet nos últimos anos, o acesso à rede ainda é desigual entre as regiões e faixas sociais. Em áreas rurais, periferias urbanas e comunidades indígenas ou ribeirinhas, a ausência de conectividade compromete o acesso pleno ao direito à educação.

Com o Escolas Conectadas, o Governo Federal busca corrigir essas assimetrias e assegurar que nenhuma criança ou adolescente seja excluído por falta de infraestrutura digital. O programa também atende a uma demanda histórica das escolas públicas, que há décadas sofrem com problemas de acesso à internet, equipamentos obsoletos e ausência de políticas de inclusão tecnológica.

Em última instância, o programa tem como missão democratizar o acesso à informação, ao conhecimento e à cidadania digital — o que, segundo especialistas, é um passo essencial para construir um país mais justo e competitivo.

De política pública a vitrine eleitoral

O governo vê o Escolas Conectadas como uma das principais realizações que poderão servir de vitrine nas eleições presidenciais de 2026. A abrangência nacional do programa, sua associação direta com o futuro da educação e o impacto percebido pelas comunidades escolares o tornam uma iniciativa de alta visibilidade política.

Apesar dos avanços, o desafio de conectar as 137,8 mil escolas ainda requer coordenação, investimento contínuo e superação de obstáculos logísticos. Em áreas remotas, por exemplo, a instalação de antenas, cabeamentos e repetidores depende de condições técnicas e ambientais específicas, exigindo soluções personalizadas.

Outro ponto importante é a manutenção da qualidade do serviço prestado. O Ministério das Comunicações tem reforçado que a conectividade deve ser estável, segura e com velocidade suficiente para permitir o uso educacional pleno. Além disso, a capacitação dos profissionais da educação para integrar as tecnologias ao processo pedagógico é vista como etapa crucial para o sucesso do projeto.

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