A comitiva que acompanha o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Nova York, nos Estados Unidos (EUA), para participar da 80ª Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) pode ser reduzida, porque o governo Trump ainda não liberou todos os pedidos. Isso a apenas uma semana do início do encontro. Entenda em TVT News.
O pedido de renovação do visto de Alexandre Padilha, ministro da Saúde, por exemplo, foi feito em 19 de agosto, mas não obteve resposta da Embaixada dos EUA até o momento. Outros membros da delegação que nunca foram ao país ainda aguardam autorização para ingressar no território estadunidense.
Nesta segunda-feira (15), o o diretor do Departamento de Organismos Internacionais do Itamaraty, ministro Marcelo Marotta Viegas, revelou que “a gente tem indicação do governo americano que os [vistos] que ainda não foram concedidos estão em vias de processamento. Não tem como especular sobre qual vai ser o resultado desse processamento”.
Lula tem o visto garantido e sua presença está confirmada na Assembleia Geral da ONU. O presidente discursará na abertura do encontro em 23 de setembro, terça-feira. Tradicionalmente, o mandatário do Brasil abre os discursos oficiais das assembleias anuais da ONU.
ONU considera demora dos EUA “preocupante”
Na sexta-feira (12), em uma reunião do comitê de relações com o Estado-sede nas Nações Unidas o Brasil demonstrou preocupação com o “não cumprimento das obrigações do Estado-sede com relação à concessão de vistos”.
Como é o país sede da ONU, os EUA têm acordo com a organização para não limitar os vistos das delegações dos países representados na Assembleia Geral, regra que costumava ser respeitada mesmo nos momentos mais tensos da Guerra Fria. O representante do Ministério das Relações Exteriores (MRE) ponderou que a expectativa é que todos os vistos sejam concedidos.
O porta-voz do secretário-geral da ONU, Stéphane Dujarric, classificou a situação como “preocupante” e relembrou a obrigação legal de Washington garantir a entrada nos EUA. Dujarric citou ainda o caso de membros da Autoridade Palestina (AP) que tiveram seus vistos revogados por Washington este ano.
“Esperamos que os vistos sejam emitidos. Como já enfatizamos, no caso da delegação da Palestina, o acordo determina que o governo anfitrião deve facilitar a entrada de pessoas com negócios a tratar com esta organização”, disse o porta-voz do secretário-geral da ONU.