O governo federal anunciou a nomeação de Emmanoel Schmidt Rondon como o novo presidente dos Correios. A escolha, que partiu do Palácio do Planalto e tem o apoio do ministro da Casa Civil, Rui Costa, visa reverter o cenário financeiro preocupante da estatal, que acumula prejuízos bilionários e enfrenta o risco de dependência do Tesouro Nacional. Entenda na TVT News.
Rondon, que é economista e executivo de carreira do Banco do Brasil, assume o posto que era ocupado por Fabiano Silva dos Santos, que pediu renúncia em julho. A transição levou mais de dois meses para ser concluída, com Santos permanecendo no cargo mesmo após a solicitação de saída. A formalização da posse de Rondon deve ocorrer nos próximos dias, após a aprovação do conselho da empresa.
Desafio de reverter o prejuízo
O novo presidente assume com a missão de reorganizar as finanças da estatal, que enfrenta um prejuízo bilionário. Segundo dados do primeiro semestre de 2025, os Correios acumularam um prejuízo de R$ 4,37 bilhões, um valor três vezes maior que o registrado no mesmo período do ano anterior. Em 2024, a empresa já havia registrado o pior déficit entre as estatais.
A crise é agravada por um aumento de 74% nas despesas administrativas até junho de 2025, impulsionadas por reajustes salariais para mais de 55 mil funcionários e pelo pagamento de dívidas judiciais. A gestão anterior chegou a alertar o governo sobre a necessidade iminente de um aporte financeiro da União para evitar um colapso.
Novo comando, nova estratégia?
Com mais de duas décadas de experiência no setor financeiro, Emmanoel Rondon traz para o cargo uma trajetória sólida no Banco do Brasil, onde atuou em cargos de liderança desde 2017. Sua experiência inclui projetos de transformação digital, eficiência operacional e gestão de produtos de crédito.
A expectativa do governo é que o novo presidente aplique essa experiência para modernizar a estatal e cortar despesas. A gestão anterior, de Fabiano Santos, foi criticada internamente por uma suposta lentidão em implementar medidas de ajuste financeiro, como a venda de imóveis e um plano de demissão voluntária.
O desafio é grande: caso a empresa precise de recursos federais, ela se tornaria dependente, exigindo que o governo inclua cerca de R$ 20 bilhões em gastos da estatal no Orçamento Federal. Essa situação poderia impactar diretamente outras políticas públicas, que teriam seus orçamentos reduzidos para cumprir as metas fiscais. Com a chegada de Emmanoel Rondon, o governo aposta em uma guinada na gestão para evitar esse cenário.
Com informações da Folha de S.Paulo