Nesta sexta-feira (19), às 10h, o deputado estadual Luiz Claudio Marcolino (PT-SP) promove no Plenário Juscelino Kubitschek da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), a sessão solene “Greve de 85: 40 anos de luta e resistência”. O ato celebra uma das maiores mobilizações da história da classe trabalhadora no Brasil: a greve nacional dos bancários de 1985, que paralisou o sistema financeiro nacional e conquistou reajuste salarial acima de 90%. Saiba mais na TVT News.
A greve de 1985 uniu os trabalhadores bancários em todo o país e entrou para a história pela sua criatividade, unidade nacional e forte apoio popular. O mote criado pelos bancários paulistas — “Se não sacou, é bom sacar: os bancários vão parar” — ficou marcado na memória coletiva, simbolizando o engajamento da população com a luta dos trabalhadores.

Para o deputado Luiz Claudio Marcolino, ex-presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região (2004-2010), a sessão solene é um momento de resgate histórico e também de inspiração para as lutas atuais: “A greve de 1985 mostrou a força da unidade da classe trabalhadora e como a organização coletiva pode transformar realidades. Ao celebrarmos seus 40 anos, reafirmamos que a luta por direitos continua atual e necessária. É uma homenagem à resistência dos bancários e também um chamado para que novas gerações sigam firmes na defesa da democracia e da justiça social.”
A atual presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Neiva Ribeiro, destaca a importância de preservar essa memória: “O que aprendemos com a trajetória dos nossos companheiros no passado faz parte das nossas estratégias de luta diária para melhorar a rotina dos bancários nos locais de trabalho, nas cidades onde vivem, no nosso país. Nossas armas seguem sendo a organização, a união, a criatividade, o respeito à democracia, para garantirmos avanços e um futuro melhor para os trabalhadores.”
A sessão solene contará com a presença de dirigentes sindicais e bancários que participaram ativamente da mobilização de 1985, parlamentares e representantes de centrais sindicais. Será um momento de memória, homenagem e reafirmação do papel da categoria bancária na construção da democracia brasileira.
Serviço
Evento: Sessão Solene: “Greve de 85: 40 anos de luta e resistência”
Data: 19 de setembro de 2025, às 10h
Local: Plenário Juscelino Kubitschek – Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp)
História da greve dos bancários de 1985
Os bancários de todo o Brasil paralisaram o sistema financeiro nacional por dois dias, 11 e 12 de setembro de 1985. O movimento garantiu incríveis 90,78% de reajuste salarial e antecipação de 25% de reajuste conquistada meses antes.
O Brasil tinha acabado de sair da ditadura, com uma série de manifestações nacionais das Diretas Já que não levaram ao resultado desejado. No ar estava a decepção e o anseio pela garantia de direitos e melhor qualidade de vida, o que ajudou a população a apoiar a paralisação geral da categoria.
A chamada Nova República, instalada com Sarney, mostrava a que vinha: atender às alianças da elite econômica para a permanência no poder. Em 1985, o Brasil estava mergulhado numa forte recessão, com grande pressão inflacionária e perdas salariais. Falava-se em “pacto social” para recuperar as finanças combalidas do país pelos militares, mas para os trabalhadores recaia todo o ônus desse tal pacto.
Mesmo diante desse cenário, a democracia avançava. Um dos personagens cruciais desse avanço nascera em agosto de 1983: a Central Única dos Trabalhadores (CUT) teria papel preponderante na relação entre os movimentos sindical e social que fortalecia a luta dos trabalhadores em todo o Brasil
Então, na noite do dia 10 de setembro de 1985, cerca de 30 mil bancários ocuparam a Praça da Sé, em São Paulo (SP). Durante o ato, o presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo na época, Luiz Gushiken, fez um discurso que entrou para a história ao avaliar a trajetória do movimento sindical e a importância da união dos trabalhadores:
“Os banqueiros vão jogar ainda mais pesado com a gente. Por isso, é fundamental que vocês entendam uma coisa: não pode haver desânimo. A unidade do movimento é a nossa arma. Está claro, companheiros?”.
De acordo com texto publicado no Boletim Nacional do PT, “os bancários avançaram em conquistas no plano das reivindicações, deram uma lição de capacidade organizativa e de unidade, além de ganhar a simpatia da população e a solidariedade e apoio de um leque enorme de entidades, instituições e partidos políticos”.

Com textos do Sindicato dos Bancários e da assessoria do deputado estadual Luiz Claudio Marcolino