Lula recupera terreno: avaliação positiva cresce e desaprovação recua

A avaliação do governo Lula (PT) voltou a melhorar, segundo nova rodada da pesquisa Ipsos-Ipec divulgada nesta semana
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“Os números de setembro indicam um respiro importante para o governo Lula, revertendo a tendência de alta da avaliação negativa que marcou o primeiro semestre” Foto: Ricardo Stuckert/PR

A avaliação do governo Lula (PT) voltou a melhorar, segundo nova rodada da pesquisa Ipsos-Ipec divulgada nesta semana. Apesar de ainda haver uma maioria relativa de opiniões negativas, os dados indicam uma reversão importante na tendência de queda da aprovação observada no primeiro semestre. Entenda na TVT News.

Entre os dias 4 e 8 de setembro, 30% dos entrevistados avaliaram o governo Lula como ótimo ou bom, um crescimento de cinco pontos percentuais em relação à pesquisa anterior, de junho. Ao mesmo tempo, a avaliação ruim ou péssima caiu de 43% para 38%, enquanto o percentual dos que consideram o governo regular oscilou positivamente, passando de 29% para 31%.

“Os números de setembro indicam um respiro importante para o governo Lula, revertendo a tendência de alta da avaliação negativa que marcou o primeiro semestre”, avaliou Márcia Cavallari, diretora da Ipsos-Ipec.

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A avaliação do governo Lula (PT) voltou a melhorar, segundo nova rodada da pesquisa Ipsos-Ipec

Nordeste e camadas populares

A melhora na avaliação é puxada principalmente por segmentos que historicamente compõem a base de apoio de Lula. A taxa de avaliação positiva chega a 46% entre os nordestinos, sobe para 61% entre os que votaram no petista em 2022 e atinge 40% entre os menos escolarizados. Entre os que têm renda familiar de até um salário mínimo, a aprovação do governo atinge 37%.

Em cidades pequenas (até 50 mil habitantes), o desempenho também é melhor: 35% de avaliação positiva, frente a 26% nas cidades com população entre 50 mil e 500 mil habitantes.

Já a avaliação negativa segue mais presente entre os que votaram em Jair Bolsonaro (67%), entre moradores da região Sul (52%), evangélicos (46%), brancos (44%) e pessoas com renda familiar superior a 5 salários mínimos (48%).

No entanto, chama atenção a queda da rejeição entre segmentos mais hostis ao presidente. Entre eleitores de Bolsonaro, por exemplo, a avaliação negativa do governo caiu oito pontos, de 75% para 67%. Entre os homens, o recuo foi de 48% para 41%, e na região Norte/Centro-Oeste, de 50% para 39%.

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A aprovação da forma como Lula conduz o país também avançou. Fonte: Ipsos-Ipec

Aprovação do modo de governar também sobe

A aprovação da forma como Lula conduz o país também avançou. Passou de 39% para 44%, enquanto a desaprovação caiu de 55% para 51%.

A melhora é ainda mais expressiva entre os eleitores do presidente, cuja aprovação ao modo de governar saltou de 74% para 81%. No Nordeste, essa aprovação chega a 63%, e entre os que têm apenas ensino fundamental, chega a 56%.

Segmentos como católicos (51%), moradores de cidades pequenas (48%), pretos e pardos (47%), e pessoas com mais de 60 anos (51%) também demonstram aprovação acima da média nacional.

Do outro lado, a desaprovação é maior entre os evangélicos (63%), moradores do Sul (65%), brancos (56%), e pessoas com renda superior a 5 salários mínimos (63%).

“O governo recupera fôlego ao reverter a queda nos índices de aprovação, mas esse movimento é observado na sua base mais fiel. O maior desafio é conseguir atrair outros segmentos da população”, observa Cavallari.

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A fatia dos que consideram o governo melhor do que o esperado subiu de 20% para 24%. Fonte: Ipsos-Ipec

Confiança no governo Lula também melhora

A confiança pessoal no presidente subiu de 37% para 41%. Embora a maioria (56%) ainda afirme não confiar em Lula, a melhora é notável.

Entre os que confiam, novamente se destacam os eleitores do petista (79%), os moradores do Nordeste (60%), os menos escolarizados (54%), os que vivem com até um salário mínimo (51%) e os católicos (47%).

A desconfiança é mais presente entre bolsonaristas (88%), evangélicos (69%), pessoas com ensino médio (63%) e aqueles com renda mais alta.

Apesar da ligeira melhora, Cavallari faz uma ressalva:

“A confiança é um indicador mais difícil de ser reconstruído do que a aprovação. A leve melhora não altera o cenário principal, já que uma maioria consolidada de 56% dos brasileiros não confia no presidente.”

Expectativas do governo Lula

A percepção de que o governo Lula está pior do que o esperado caiu de 50% para 44%. Ao mesmo tempo, a fatia dos que consideram o governo melhor do que o esperado subiu de 20% para 24%, enquanto os que acham que está conforme o esperado oscilam de 28% para 30%.

Mesmo entre os que votaram em Lula, 16% dizem que o governo está pior do que imaginavam — número que, embora minoritário, evidencia uma cobrança dentro da própria base de apoio.

“Há sinais de melhora com a reversão da curva de frustração. Ainda assim, esse sentimento de decepção continua sendo predominante”, conclui Cavallari.


Indicadores (setembro 2025):

IndicadorJunho 2025Setembro 2025Variação
Avaliação positiva (ótimo/bom)25%30%+5 p.p.
Avaliação negativa (ruim/péssimo)43%38%-5 p.p.
Avaliação regular29%31%+2 p.p.
Aprovação da forma de governar39%44%+5 p.p.
Desaprovação da forma de governar55%51%-4 p.p.
Confiança no presidente37%41%+4 p.p.
Desconfiança no presidente58%56%-2 p.p.
Governo pior do que esperavam50%44%-6 p.p.
Governo melhor do que esperavam20%24%+4 p.p.

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