Desemprego no Brasil é o menor em 13 anos; ocupação e renda têm novo recorde

Índice de empregos com carteira assinada no setor privado também foi recorde
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Brasil reigstrou 39,1 milhões de empregados com carteira assinada no trimestre encerrado em agosto. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A taxa de desemprego no Brasil ficou em 5,6% no trimestre encerrado em agosto de 2025, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada nesta terça-feira (30) pelo IBGE. Entenda na TVT News.

O índice repete o resultado do trimestre encerrado em julho e segue como o mais baixo desde 2012, quando teve início a série histórica da pesquisa. Em comparação com o mesmo período de 2024, a queda no desemprego é de 1 ponto percentual. Com esse resultado, o país contabiliza 6,1 milhões de pessoas desocupadas, o menor contingente já registrado, número que representa retrações de 9% frente ao trimestre anterior e de 14,6% em relação ao ano passado.

O avanço do emprego foi puxado por setores como educação pública, que contratou temporariamente no primeiro semestre, e pela agricultura, que teve alta de 4,4% no trimestre devido à safra de café, com destaque para a Bahia. A Administração pública, educação e saúde cresceram 1,7% no trimestre e 4,2% no ano, com 760 mil novos ocupados. Já os serviços domésticos foram a única categoria a encolher nas duas comparações: queda de 3% frente ao trimestre anterior e de 3,2% na comparação anual. “Em momentos difíceis, muitos recorrem aos serviços domésticos. Agora, com melhores oportunidades, esses trabalhadores estão migrando para outras áreas”, explicou William Kratochwill, analista da pesquisa.

Indicador/PeríodoJun-jul-ago 2025Mar-abr-mai 2025Jun-jul-ago 2024
Taxa de desocupação5,6%6,2%6,6%
Taxa de subutilização14,1%14,9%16,0%
Rendimento real habitualR$ 3.488R$ 3.457R$ 3.377
Variação do rendimento habitual em relação a:0,9% (estável)3,3%

Números do desemprego em queda

A subutilização da força de trabalho também atingiu o menor patamar da série histórica, com taxa de 14,1%. A população subutilizada caiu para 16 milhões de pessoas, queda de 6,2% em relação ao trimestre anterior e de 11,8% frente a 2024. O número de desalentados, pessoas que desistiram de procurar emprego, caiu 13,7% no ano, atingindo 2,7 milhões de brasileiros, o menor número desde 2016. Já os subocupados por insuficiência de horas somaram 4,6 milhões, número estável no trimestre, mas 7,8% menor que o registrado um ano antes. Segundo o IBGE, a recuperação do mercado tem impulsionado esse grupo a buscar posições de tempo integral.

A população ocupada chegou a 102,4 milhões de pessoas, alta de 0,5% em relação ao trimestre anterior e de 1,8% frente ao mesmo período de 2024. O nível de ocupação (58,8%) segue como o mais alto da série histórica. O número de empregados no setor privado atingiu novo recorde de 52,6 milhões, com destaque para os empregados com carteira assinada (39,1 milhões), que também bateram recorde, alta de 3,3% no ano. Já os trabalhadores sem carteira (13,5 milhões) tiveram queda de 3,3%. A taxa de informalidade foi de 38%, com aumento pontual entre os trabalhadores por conta própria sem CNPJ, que chegaram a 19,1 milhões.

O rendimento médio real habitual do trabalhador brasileiro foi de R$ 3.488 no trimestre até agosto, representando estabilidade em relação ao trimestre anterior e aumento de 3,3% frente a 2024. Já a massa de rendimentos atingiu R$ 352,6 bilhões, com alta de 1,4% no trimestre e de 5,4% no ano. As maiores altas salariais por setor vieram da Agricultura (6,6%), Construção (5,1%) e Administração pública, educação e saúde (3,7%). Em termos de posição na ocupação, o maior avanço foi entre os empregados sem carteira assinada, com aumento de 5% no rendimento médio.

Dados da Pnad

  • Desemprego: 5,6% — menor taxa desde 2012
  • Desocupados: 6,1 milhões — menor número da série histórica
  • Subutilização: 14,1% — menor taxa desde 2012
  • Desalentados: 2,7 milhões — menor número desde 2016
  • Ocupados: 102,4 milhões — alta de 1,8% no ano
  • Empregados com carteira assinada no setor privado: 39,1 milhões — novo recorde
  • Rendimento médio: R$ 3.488 — alta de 3,3% em um ano
  • Massa de rendimento: R$ 352,6 bilhões — alta de 5,4%
  • Taxa de informalidade: 38% — com leve alta no conta própria sem CNPJ

Esses dados refletem um mercado de trabalho aquecido, com queda consistente no desemprego, aumento da formalização e melhora nos rendimentos, consolidando um cenário de recuperação e expansão após anos de dificuldades econômicas.

Com informações da Agência IBGE

Acompanhe as repercussões do desemprego no Jornal TVT News Primeira Edição

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