Crise do metanol muda rotina de bares e consumidores em São Paulo

Em SP, 5 mortes por metanol já foram confirmadas. Saiba como se previnir
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Bares passam a verificar lacres e procedências de bebidas alcoólicas. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Até a manhã desta quarta-feira (1), foram confirmadas pela Secretaria da Saúde de São Paulo 5 mortes e 7 pessoas intoxicadas por bebidas alcoólicas adulteradas com metanol. A origem dos produtos ainda está sendo investigada, mas garrafas foram apreendidas e três bar foram interditados. Esse cenário forçou os estabelecimentos mudarem sua rotina. Saiba como ter mais cuidado na TVT News.

Mudanças na sociedade paulista

Diante dos casos confirmados, três bares foram interditados pela Polícia Civil e Vigilância Sanitária nesta terça-feria (30): o Ministrão, na região dos Jardins, em São Paulo; Torres Bar, na Mooca, em São Paulo; e Villa Jardim, em São Bernardo do Campo.

Na ação foram apreendidas garrafas de bebidas destiladas que serão analisadas pela Polícia Científica para averiguar a presença de metanol.

Até o momento, sabe-se que o Ministrão adquiria bebidas de um vendedor de rua, que não possuía nota fiscal, de acordo com o Centro de Vigilância Sanitária do Estado.

Considerando o cenário de pânico causado pelo metanol, as orientações da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) e da Associação Brasileira de Bebidas (Abrabe) para a população é que se for consumir bebidas alcoólicas destiladas procure saber a procedência do líquido. Compre em estabelecimentos com nota fiscal, isso evita origem suspeita.

Bares, estabelecimentos e festas de São Paulo começaram a publicar notas de esclarecimento garantindo que os produtos distribuídos são adquiridos em locais confiáveis, com nota fiscal e verificados os lacres.

O Sindiclubes de São Paulo, entidade que representa associações e clubes sociais do estado, recomendou a suspensão temporária da venda de bebidas destiladas entre os associados. Esporte Clube Pinheiros, o Esporte Clube Sírio, o Clube Hebraica e o Clube Athletico Paulistano, o São Paulo, o Palmeiras e o Ipê Clube estão entre os que acataram a orientação.

No Pernambuco, há três casos em investigação, dois deles são de mortes.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, disse nesta terça-feira (30) que solicitou à Polícia Federal (PF) a abertura de inquérito para investigar a procedência e uma possível rede de distribuição do metanol que causou a intoxicação de pelo menos 10 pessoas no estado de São Paulo, após consumo de bebida adulterada.

Como saber saber se a bebida não está com metanol?

Metanol é altamente tóxica, inflamável e de difícil identificação. O contato com a substância pode causar náusea, tontura, convulsão, cegueira e em casos mais graves a morte.

Os sintomas podem começar entre 12h a 24h após a ingestão do produto. Caso você se sinta mal, procure atendimento médico imediatamente.

Sendo tão perigoso, a TVT News reuniu as orientações da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) e da Associação Brasileira de Bebidas (Abrabe) para se previnir.

Segundo os órgãos, o metanol não se diferencia do etanol consumível. Possuem o mesmo cheiro, aparência e sabor, ou seja, ao consumir você não irá perceber a adulteração. Mas há cuidados a serem tomados ao comprar bebidas alcoólicas:

➡️ Compre bebidas em mercados e adegas de confiança;

➡️ Desconfie de preços muito abaixo do normal;

➡️ Observe a bebida com atenção: se houver micropartículas e sujeiras pode ser um indício de violação e adulteração;

➡️ Sempre exija nota fiscal. A medida garante que a bebida tenha sido distribuída por fornecedores regulamentados;

➡️ Verifique o lacre. Se estiver violado, a bebida pode ter sido adulterada;

➡️ Rótulos mal colados ou informações borradas pode ser um sinal de produto falsificado;

➡️ Verifique se há o selo de registro no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) [veja nas imagens como identificar]. Isso indica que o produto é oficialmente cadastrado e controlado pelos órgãos de fiscalização;

➡️ Para destilados, o selo que tem a mesma função é do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Se não estiver na embalagem, normalmente perto da tampa, significa que a bebida não foi fiscalizada por autoridades brasileiras.

Vinhos e bebidas de origem orgânica possuem selo do MAPA. Imagem: Divulgação

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