Lula saúda IR zero e taxação dos super-ricos: “vitória em favor da justiça tributária”

Presidente, ministros e lideranças da base celebram nas redes aprovação do projeto na Câmara
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A Câmara dos Deputados deu hoje um passo histórico na construção de um Brasil mais justo, afirmou Lula. Foto: Ricardo Stuckert

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva comemorou no X a aprovação, pela Câmara dos Deputados, do projeto de lei que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil por mês e estabelece uma alíquota mínima de 10% para os chamados super-ricos, com renda superior a R$ 50 mil mensais. Leia em TVT News.

“A Câmara dos Deputados deu hoje um passo histórico na construção de um Brasil mais justo ao aprovar projeto encaminhado pelo nosso Governo de zerar o imposto de renda de quem ganha até R$ 5 mil por mês e reduzir a cobrança de quem recebe até R$ 7.350, a partir de uma contribuição mínima dos muito ricos”, escreveu Lula, em uma das mensagens que mais repercutiram após a votação unânime no plenário. O presidente também destacou que a conquista foi “compartilhada pelo Governo do Brasil, as deputadas e deputados e pelos movimentos sociais”, projetando confiança de que a medida terá “amplo apoio no Senado”.

Haddad comemora IR zero: “golaço”

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também recorreu ao X para marcar posição sobre o IR zero.

Ele classificou o resultado como uma “votação histórica” e ressaltou a amplitude do apoio: “Foram 493 votos, sem nenhum contra. Todo mundo que marcou presença votou a favor do projeto”, afirmou, antes de acrescentar que o texto “foi um golaço do Congresso Nacional” e não deve encontrar resistência na próxima etapa da tramitação.

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Aprovação da isenção do imposto de renda (IR zero) foi unânime. Foto: Lula Marques/ Agência Brasil

Haddad sublinhou ainda que o equilíbrio fiscal foi preservado e que a narrativa de risco à arrecadação foi “sepultada” pela própria unanimidade da votação. A fala do ministro foi amplamente compartilhada por perfis ligados ao governo, que reforçaram a ideia de que se trata de uma das maiores vitórias legislativas desta gestão.

Outros integrantes do governo também se manifestaram sobre o IR zero. A ministra Gleisi Hoffmann celebrou o avanço como “um passo histórico para a justiça tributária e social”, enquanto lideranças na Câmara foram lembradas nos posts de Lula e Haddad como fundamentais para a articulação política que garantiu a aprovação unânime. A mobilização da base governista se refletiu no ambiente digital, em uma espécie de desdobramento virtual da sessão legislativa, com mensagens de apoio, aplausos e reafirmações de compromisso com a agenda de justiça social.

Deputados de esquerda comemoraram a vitória histórica do IR zero

Entre os parlamentares da esquerda, as postagens mais engajadas vieram de Guilherme Boulos (Psol-SP) e Erika Hilton (Psol-SP). “Vitória histórica! Aprovamos agora na Câmara o projeto do presidente Lula de IR zero para quem ganha até R$ 5 mil mensais, isenção parcial até R$ 7.350 e a taxação dos super-ricos.

A pressão dos brasileiros venceu o centrão e a direita mais uma vez!”, comemorou Boulos em mensagem que viralizou e concentrou grande número de compartilhamentos. Erika Hilton destacou o alcance social imediato: “Caso o projeto seja aprovado, a partir do ano que vem, todo mundo que ganha até R$ 5.000 estará isento do IR, e todo mundo que ganha entre R$ 5.000 e R$ 7.350 pagará menos.” A deputada, contudo, fez um alerta: “Não podemos perder de vista que manobras podem desfigurar a proposta sem compensação fiscal adequada”, lembrando que a disputa ainda não terminou.

Assim que o painel de votação mostrou o resultado, a deputada postou vídeo comentando a aprovação do IR zero.

As reações não se limitaram ao campo governista. Embora a votação tenha sido unânime, a narrativa sobre quem são os “super-ricos” provocou debate.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), chegou a afirmar após a sessão que “quem ganha R$ 50 mil não é super-rico, nem aqui e nem em país nenhum”, provocando discussões nas redes sobre o alcance da medida e sobre a terminologia utilizada pelo governo. Ainda assim, até mesmo parlamentares tradicionalmente críticos à base governista preferiram não se opor ao projeto neste momento, sinalizando o peso político da pauta diante da opinião pública.

A aprovação foi descrita por diversos perfis como um divisor de águas na política tributária brasileira. Segundo estimativas oficiais, cerca de 15 milhões de pessoas serão beneficiadas pela mudança, seja pela isenção completa, seja pela redução progressiva da alíquota. Por outro lado, pouco mais de 140 mil contribuintes, aqueles com rendimentos mensais acima de R$ 50 mil ou anuais superiores a R$ 600 mil, deverão ser diretamente atingidos pela alíquota mínima de 10%. Os dados circularam amplamente no X, impulsionados por parlamentares governistas e por perfis alinhados à agenda de redução das desigualdades sociais.

Nas redes, apoiadores de Lula celebraram a coragem do governo em enfrentar privilégios fiscais e em concretizar uma promessa de campanha que vinha sendo cobrada desde o início do mandato. Críticos, por sua vez, levantaram dúvidas sobre a compensação tributária e possíveis efeitos sobre investimentos e sobre a classe média alta, ainda que reconhecendo o peso político da aprovação. Para o governo, a mobilização nas plataformas digitais tem dupla função: amplificar o feito no curto prazo e manter a pressão social sobre o Senado, onde a proposta ainda será debatida e pode sofrer ajustes.

Entre elogios entusiasmados, alertas de cautela e provocações sem maior adesão, o X se tornou novamente palco de uma batalha narrativa que acompanha a política brasileira em tempo real. Ao mesmo tempo em que Lula e Haddad capitalizaram a vitória, lideranças da base como Boulos e Erika Hilton reforçaram a ideia de que a mudança só foi possível pela mobilização popular e pela articulação no Congresso.

A votação unânime, inédita em matéria tributária dessa magnitude, reforça a percepção de que o governo conseguiu imprimir uma marca forte em sua agenda social. Agora, a disputa se desloca para o Senado, onde será definido se o “passo histórico” apontado pelo presidente se consolidará em lei ou se enfrentará novas batalhas e eventuais mudanças de rumo.

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