O presidente Lula participou na manhã desta quarta-feira, 8 de outubro, da 6ª Conferência Nacional Infantojuvenil pelo Meio Ambiente (VI CNIJMA), no Centro de Treinamento Educacional da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria, em Luziânia (GO). Saiba mais em TVT News.
O evento é considerado uma referência em educação ambiental e justiça climática ao promover a inserção da Política Nacional de Educação Ambiental e a inclusão de temas como mudança do clima e proteção da biodiversidade nos currículos escolares. É visto como um dos principais espaços de formação, mobilização e protagonismo infantojuvenil em torno das agendas de meio ambiente e clima no Brasil. Lula esteve acompanhado da ministra Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima) e dos ministros Camilo Santana (Educação) e Márcio Macêdo (Secretaria-Geral da Presidência).
Na conversa com os estudantes, o presidente destacou a postura vanguardista do Brasil em promover a conferência que dá protagonismo à juventude e estimula a participação popular. “Temos condição de fazer com que a educação do clima não seja uma coisa eventual e faça parte sistematizada do dia a dia e da nossa cultura. Esta conferência é um exemplo disso. Se quase 3 mil municípios e os 27 estados envolveram milhões de crianças e milhares de professores, isso é uma revolução sendo feita”, disse. “A solução do planeta está nas oportunidades de participação dos nossos filhos, netos e da nossa juventude”, acentuou.
O presidente enalteceu ainda a importância da troca de conhecimentos entre gerações. “A meninada não veio aqui para me ouvir, vieram para me ensinar como é que a juventude brasileira conhece a questão do clima”, dirigiu-se ao público. “Estamos vivendo um momento da humanidade em que é a primeira vez que muitas questões são os jovens que sabem mais do que os pais, os avôs e suas mães. Não há nada que seja mais importante do que os jovens educarem as coisas certas a serem feitas dentro de casa e no cuidado com o mundo”, completou.
Transformadora
O ministro Camilo Santana (Educação) ressaltou a importância de discutir a pauta ambiental e climática nas escolas. “Foi um ano inteiro de discussão nas escolas brasileiras, mas o tema tem que ser permanente e em todos os níveis escolares. Para isso, há a formação de professores, conselhos escolares e envolvimento dos pais e da comunidade. É impressionante como filhos e filhas vão para a casa e mexem na consciência dos pais em relação ao meio ambiente. É um processo transformador de cuidar do planeta e do meio ambiente”, defendeu.
Dever de Casa
A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, lembrou os presentes que o governo reduziu o desmatamento na Amazônia em 46%, no Cerrado em 25% e no Pantanal em 77%, e reforçou que o compromisso de resultados ainda mais ambiciosos. “Celebro a decisão corajosa do Brasil em ser o único país com o compromisso de desmatamento zero até 2030”, enalteceu.
COP em Belém
A conferência infantojuvenil deste ano integra a preparação nacional para a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima de 2025, que será sediada em Belém (PA), em novembro. “É esse país que vai sediar a COP30 para que seja a COP da Verdade, da Implementação, da Justiça Climática. Isso se chama democracia e preocupação social e ambiental, mas também compromisso”, complementou Marina.
Justiças
A ministra reforçou que a justiça ambiental precisa andar em conjunto com a justiça social, outra bandeira da atual gestão. “Para que o futuro seja justo, democrático e sustentável, é fundamental que tenhamos um ecossistema saudável: com democracia, Fies, Pé-de-Meia, Luz para Todos e Minha Casa, Minha Vida”, elencou a ministra. “É esse o ecossistema da democracia: ouvindo as pessoas e o conhecimento de todos. Vamos sair daqui comprometidos com o engajamento dos professores nas escolas, dos alunos, do bairro, na comunidade, para que sejamos cidadãos sustentabilistas”.
Diálogo
O ministro Márcio Macêdo (Secretaria-Geral da Presidência) recordou que o presidente Lula lhe pediu para que retomasse a realização de conferências nacionais justamente para dar voz aos movimentos e ampliar a participação popular. “Precisamos de uma sociedade socialmente justa e ambientalmente equilibrada. É fundamental que a escola trate dos temas ambientais para formar uma geração para que não tenhamos mais os problemas ambientais que temos nos dias atuais”, frisou.
O que é?
Entre 6 e 10 de outubro, o município goiano recebe cerca de 800 participantes entre estudantes, educadores e representantes de entidades ligadas à agenda ambiental. Com o tema “Vamos transformar o Brasil com Educação e Justiça Climática”, a conferência é promovida pelo Órgão Gestor da Política Nacional de Educação Ambiental (PNEA), integrado pelo Ministério da Educação (MEC) e pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), em parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
A mobilização reforça a importância da escola pública como território de transformação. Até alcançar a etapa nacional da Conferência, mais de 2,2 milhões de pessoas foram mobilizadas em 8.732 escolas de 2.307 municípios.
Além de celebrar o encontro entre culturas e saberes ancestrais e contemporâneos, o evento destaca o protagonismo de crianças e adolescentes na formação ecológica e cidadã e propicia a geração de produtos inéditos. Entre eles, destacam-se a entrega da Carta Compromisso e da Carta Musical “Raiz que Floresce”, elaboradas pelo público infantojuvenil participante. Inspiradas em uma lenda guarani da Terra Sem Males, as criações expressam o compromisso das novas gerações com um Brasil mais justo, solidário e sustentável.
Das escolas participantes, 1.293 estavam localizadas em áreas de risco socioambiental e 158 atendiam estudantes com deficiência (PCDs). A diversidade cultural e territorial também é considerada e envolve 1.478 escolas da zona rural, 186 indígenas e 139 quilombolas, abrangendo todos os estados brasileiros e o Distrito Federal.
Em termos de biomas, a Mata Atlântica concentrou o maior número de escolas participantes, com 2.818, seguida pela Caatinga com 2.467, Cerrado com 1.695 e Amazônia com 1.300 escolas.