O Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos anunciou os vencedores da 47ª edição na terça-feira (7), reconhecendo por mais um ano as reportagens que defendem a democracia, a cidadania e os direitos humanos. Saiba quem foram os vencedores na TVT News.
O principal destaque deste ano foi o podcast Dois Mundos, da Folha de S.Paulo, vencedor na categoria Produção Jornalística em Áudio. A série investigativa, publicada no feed do programa Café da Manhã, revelou falhas na apuração policial sobre a morte do indígena Tadeo Kulina, de recente contato, desaparecido de uma maternidade pública em Manaus e encontrado morto dias depois no Instituto Médico-Legal.
A reportagem, conduzida pelo jornalista Vinicius Sassine, com edição de som de Raphael Concli e coordenação de Daniel E. de Castro, Gustavo Simon e Magê Flores, reconstituiu os últimos passos de Tadeo, entrevistou dezenas de testemunhas e analisou centenas de documentos. O trabalho revelou novas provas e levou à apresentação de dois pedidos de reabertura do caso na Justiça do Amazonas, após o inquérito ter sido arquivado como morte acidental.
Na mesma categoria, o episódio Projeto de Poder, do ICL Notícias, recebeu menção honrosa, enquanto a Agência Pública concorreu com Caso K – A História Oculta do Fundador das Casas Bahia.
Defesa da Democracia e os 50 anos de Vladimir Herzog
Em um ano marcado pelos 50 anos do assassinato de Vladimir Herzog, a categoria especial Defesa da Democracia premiou duas reportagens sobre os ataques antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023. Foram reconhecidos o documentário 8/1 – A democracia resiste, da GloboNews, e a reportagem Os kids pretos: O papel da elite de combate do Exército nas maquinações golpistas, assinada por Allan de Abreu na revista Piauí.
A Folha de S.Paulo também foi finalista nessa categoria com o documentário 8 de Janeiro: Anatomia de um Ataque Golpista.
Outros vencedores
Entre os trabalhos premiados em 2025 estão:
- Arte: Racismo Ambiental: A outra emergência, de Diogo Braga (Defensoria Pública do Ceará)
- Fotografia: Antes Que Ela Veja, de Márcia Foletto (O Globo)
- Livro-reportagem: Decaído, de Sérgio Ramalho (Matrix Editora)
- Multimídia: A Política da Bala, de Artur Rodrigues e equipe (Metrópoles)
- Vídeo: Território em Fluxo, de Iolanda Depizzol e equipe (Brasil de Fato)
- Texto: Trabalho infantil na indústria tech, de Isabel Harari e Carlos Juliano Barros (Repórter Brasil)
O Prêmio Vladimir Herzog é promovido pelo Instituto Vladimir Herzog, em parceria com 18 entidades da sociedade civil, como a OAB Nacional, a Abraji e o Instituto Socioambiental (ISA). A cerimônia de entrega será em 27 de outubro, no Tucarena, em São Paulo, e antecedida pela tradicional Roda de Conversa com os Ganhadores.
Jovens jornalistas também são reconhecidos
Na mesma ocasião, o 17º Prêmio Fernando Pacheco Jordão para Jovens Jornalistas premiará estudantes de todas as regiões do país que investigaram as múltiplas dimensões da violência no Brasil.
Entre as pautas vencedoras estão Rios de Violência, da Universidade Federal do Pará, sobre exploração sexual infantil na Ilha do Marajó, e Quando o medo faz chamada, da UFRJ, sobre o impacto das operações policiais na educação de jovens do Complexo da Maré.
Os projetos receberam bolsas de R$ 5 mil e mentoria de jornalistas experientes. A celebração também prestará homenagem à socióloga Fátima Pacheco Jordão, conselheira do Instituto Vladimir Herzog, por sua contribuição à defesa dos direitos humanos e da democracia.