A Petrobras anunciou nesta segunda-feira (20) que reduzirá em 4,9% o preço médio da gasolina A vendida às distribuidoras, medida que entra em vigor a partir de terça-feira (21). A estatal informou que o novo valor será de R$ 2,71 por litro para as distribuidoras. A companhia fez questão de frisar que, embora o preço da gasolina seja reduzido agora, o preço do diesel permanece inalterado neste momento. Conforme divulgado pela empresa, o diesel acumula uma redução de 35,9% desde dezembro de 2022, enquanto a gasolina totaliza um corte acumulado de 22,4% no mesmo período. Leia em TVT News.
Segundo a Petrobras, a revisão para baixo do preço da gasolina para distribuidoras é justificada pela queda das cotações internacionais do petróleo e pela necessidade de alinhar os preços internos às condições competitivas da importação — em resumo, evitar que o produto vendido no Brasil fique mais caro do que o similar importado. A empresa explica que sua política de preços considera os custos de produção, logística, câmbio, paridade internacional e margens de mercado, de modo a garantir um equilíbrio entre competitividade interna e sustentabilidade financeira da companhia.
Para o consumidor final, a queda anunciada — de cerca de R$ 0,14 por litro na refinaria — sinaliza uma possível redução nas bombas, embora não haja garantia de que o repasse será integral ou imediato. Isso porque o preço final da gasolina ao motorista incorpora outros componentes além da parcela da Petrobras: mistura de etanol anidro, margens de distribuição e revenda, tributos como o ICMS estadual e federal, além dos custos de transporte e logística que variam por estado. Mesmo assim, analistas ressaltam que uma redução neste elo — o da refinaria/distribuidora — exerce pressão moderadora no preço final e ajuda a conter parte da inflação de combustíveis.
No que diz respeito ao diesel, a Petrobras decidiu não alterar o preço por enquanto. Ainda assim, o combustível acumula redução de aproximadamente 35,9% desde dezembro de 2022. A manutenção do preço atual pode indicar que a Petrobras considera o nível vigente adequado frente ao mercado internacional ou prefere manter a estabilidade antes de novos ajustes.
A nova redução da gasolina continua uma tendência de ajustes para baixo da estatal em 2025: em junho, a Petrobras já havia anunciado uma correção para baixo de 5,6% no preço da gasolina A para distribuidoras. Assim, a medida de agora mantém a lógica de realinhamento do preço interno à evolução internacional, em especial em um cenário de petróleo com cotação mais contida.
Politicamente, essa medida ganha relevância porque os combustíveis têm peso importante no custo de vida da população, no transporte e nos fretes que impactam os preços de alimentos e insumos. Uma gasolina mais barata — mesmo que parcialmente repassada — pode dar algum alívio ao consumidor, ao mesmo tempo em que ajuda o governo a monitorar a inflação. Entretanto, críticos lembram que nem sempre o abatimento na refinaria se materializa de imediato ou na proporção esperada no preço visto nas bombas de abastecimento.
Para motoristas e usuários em geral, a orientação é acompanhar a evolução dos preços nos postos nas próximas semanas e verificar se há repasse da redução anunciada. A pesquisa da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) pode ajudar a monitorar essas variações por estado, considerando as diferenças de tributação e margens regionais.
Em resumo, a Petrobras ajustou para baixo o preço de venda da gasolina às distribuidoras em 4,9%, dando sequência a uma política de contenção e alinhamento aos preços internacionais, enquanto deixa o preço do diesel estável por ora, embora este já tenha sofrido uma queda acumulada relevante desde o final de 2022. Os próximos passos dependem do comportamento do mercado global de petróleo, do câmbio e das demandas domésticas — e, claro, de como esse ajuste vai repercutir na ponta para o consumidor.