Governo Federal faz reunião de emergência e descarta GLO no Rio

Garantia da Lei e da Ordem no Rio não foi discutida, mas auxiliares de Lula negam a adoção de Forças Armadas neste momento
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Famílias se reúnem para fazer o reconhecimento dos corpos na Penha. Foto: Tomaz Silva /Agência Brasil

O presidente em exercício, Geraldo Alckmin, convocou nesta terça-feira (28) uma reunião emergencial no Planalto após a chacina no Complexo da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro. A possibilidade de decretação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) não foi discutida, mas auxiliares de Lula afirmam que a medida está descartada no momento. Entenda em TVT News.

A reunião convocada por Alckmin contou com a participação dos ministros Rui Costa, da Casa Civil, Gleisi Hoffman, das Relações Institucionais, Sidônio Palmeira, da Comunicação Social, Macaé Evaristo, dos Direitos Humanos, e representantes do Ministério da Justiça e da Polícia Federal. O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), responsável pela chacina, participou de parte da reunião por telefone.

O governo federal atendeu ao pedido de Castro para transferir dez presos ligados ao Comando Vermelho (CV) para presídios federais de segurança máxima. Auxiliares de Lula dizem que o presidente não deve adotar uso das Forças Armadas para reverter a situação da violência urbana, conforme apurou o jornal O Globo. De acordo com o entorno próximo, o petista não concorda com a adoção da medida nesse tipo de situação.

O presidente estava em viagem internacional na Ásia e desembarcou em Brasília na noite desta terça. A previsão é que o petista se reúna com líderes próximos na manhã desta quarta para definir os próximos passos no Rio.

Chacina no Rio matou mais de 60 pessoas

A chacina realizada por forças de segurança pública é a mais letal da história do estado. Até então, a contagem oficial de mortos é de 64 pessoas. No entanto, os números podem ser maiores: nesta quarta-feira, mais de 50 corpos foram levados para a Praça São Lucas, na Penha. A contagem de vítimas supera a da Chacina do Carandiru, quando 111 presos foram mortos em São Paulo, em 1992.

De acordo com Ricardo Lewandowski, ministro da Justiça e Segurança Pública, Castro não consultou a pasta sobre a chacina: “Não recebi nenhum pedido do governador do Rio de Janeiro, enquanto ministro da Justiça e Segurança Pública, para esta operação. Nem ontem, nem hoje, absolutamente nada”.

Em entrevistas, Castro relatou que pediu apoio logístico de blindados mas teve as solicitações negadas. O pedido só pode ser atendido mediante decretação de GLO, o que depende do presidente, esclareceu em nota o Ministério da Defesa. No Planalto, a defesa é da coordenação entre as forças federais, estaduais e municipais no que diz respeito à segurança pública.

Lewandowski e Gleisi Hoffman defenderam a necessidade de aprovação da PEC da Segurança Pública, que prevê a articulação das forças no combate ao crime organizado, bem como o planejamento de ações conjuntas fortalenecendo equipamentos e troca de informações. Castro é contra a proposta.

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