A Polícia Civil do Rio de Janeiro divulgou no domingo (2) a lista dos nomes de 115 dos 117 executados na chacina nos Complexos do Alemão e da Penha na última terça-feira (28). O episódio é o mais letal da história do Brasil, superando o massacre do Carandiru, que matou 111 pessoas, em 1992. Saiba mais em TVT News.
De acordo com a Defensoria Pública do Rio, a chacina cometida por forças de segurança pública do estado deixou 132 mortos. A contagem oficial, no entanto, é de 121, sendo quatro policiais que não tiveram nome divulgado. Dois mortos ainda não foram identificados. A Defensoria foi impedida de acompanhar a perícia para identificação das vítimas no Instituto Médico Legal (IML).
No total, foram feitas 113 prisões e a apreensão de 91 fuzis, 26 pistolas e um revólver. Parte das armas é de uso de forças armadas do Brasil e países vizinhos, como Argentina. O objetivo de atingir a cúpula do Comando Vermelho — Edgard Alves de Andrade, conhecido como Doca, um dos maiores líderes da facção em liberdade — não foi atingido pela chacina.
Lista de mortos na chacina identificados
- Adailton Bruno Schmitz da Silva
 - Adan Pablo Alves de Oliveira
 - Aleilson da Cunha Luz Junior
 - Alessandro Alves de Souza
 - Alessandro Alves Silva
 - Alessandro Martins Moreira de Oliveira
 - Anderson da Silva Severo
 - André Luiz Ferreira Mendes Junior
 - Arlen João de Almeida
 - Brendon César da Silva Souza
 - Bruno Almeida de Oliveira
 - Bruno Correa da Costa
 - Bruno dos Santos Raimundo
 - Carlos Eduardo Santos Felício
 - Carlos Henrique Castro Soares da Silva
 - Cauãn Fernandes do Carmo Soares
 - Célio Guimarães Júnior
 - Cleideson Silva da Cunha
 - Cleiton Cesar Dias Mello
 - Cleiton Souza da Silva
 - Cleys Bandeira da Silva
 - Danilo Ferreira do Amor Divino
 - Diego dos Santos Muniz
 - Diogo Garcez Santos Silva
 - Diogo Souza Nunes
 - Douglas Conceição De Souza
 - Douglas Henrique Simões da Costa
 - Eder Alves de Souza
 - Edione dos Santos Dias
 - Edson de Magalhães Pinto
 - Eliel Castro de Jesus
 - Emerson Pereira Solidade
 - Erick Vieira de Paiva
 - Evandro da Silva Machado
 - Fabian Alves Martins
 - Fabiano Martins Amancio
 - Fabio Francisco Santana Sales
 - Fabricio dos Santos Da Silva
 - Felipe da Silva
 - Fernando Henrique dos Santos
 - Francisco Machado dos Santos
 - Francisco Myller Moreira da Cunha
 - Francisco Nataniel Alves Gonçalves
 - Francisco Teixeira Parente
 - Gabriel Lemos Vasconcelos
 - Gilberto Nascimento da Rocha
 - Gustavo Souza de Oliveira
 - Hercules Salles de Lima
 - Hito José Pereira Bastos
 - Jean Alex Santos Campos
 - Jeanderson Bismarque Soares de Almeida
 - Jonas de Azeredo Vieira
 - Jonatha Daniel Barros da Silva
 - Jônatas Ferreira Santos
 - Jorge Benedito Correa Barbosa
 - Jorge Santos dos Anjos
 - Josigledson de Freitas Silva
 - José Paulo Nascimento Fernandes
 - Juan Marciel Pinho de Souza
 - Kauã De Souza Rodrigues da Silva
 - Kauã Teixeira dos Santos
 - Keven Vinicius Sousa Ramos
 - Kleber Izaias dos Santos
 - Leonardo Fernandes da Rocha
 - Luan Carlos Dias Pastana
 - Luan Carlos Marcolino de Alcântara
 - Lucas Alves Araujo
 - Lucas da Conceição
 - Lucas da Silva Lima
 - Lucas Guedes Marques
 - Luciano Ramos Silva
 - Luiz Carlos de Jesus Andrade
 - Luiz Claudio da Silva Santos
 - Luiz Eduardo da Silva Mattos
 - Maicon Pyterson da Silva
 - Maicon Thomaz Vilela da Silva
 - Marcio Da Silva de Jesus
 - Marcos Adriano Azevedo de Almeida
 - Marcos Antonio Silva Junior
 - Marcos Aurelio Amaral Carreira
 - Marcos Vinicius da Silva Lima
 - Marllon De Melo Felisberto
 - Maxwel Araújo Zacarias
 - Michel Mendes Peçanha
 - Nailson Miranda da Silva
 - Nelson Soares dos Reis Campos
 - Rafael Correa da Costa
 - Rafael de Moraes Silva
 - Ricardo Aquino dos Santos
 - Richard Souza dos Santos
 - Robson da Silva Monteiro
 - Rodolfo Pantoja da Silva
 - Ronaldo Julião da Silva
 - Ronald Oliveira Ricardo
 - Rubens Lourenço dos Santos
 - Tarcisio da Silva Carvalho
 - Tiago Neves Reis
 - Vanderley Silva Borges
 - Victor Hugo Rangel de Oliveira
 - Vitor Ednilson Martins
 - Wagner Nunes Santana
 - Wallace Barata Pimentel
 - Waldemar Ribeiro Saraiva
 - Wellington Brito dos Santos
 - Wellington Santos de Jesus
 - Wellinson De Sena dos Santos
 - Wendel Francisco dos Santos
 - Wesley Martins e Silva
 - Willian Botelho de Freitas Borges
 - William dos Santos Barbosa
 - Yago Ravel Rodrigues Rosario
 - Yan dos Santos Fernandes
 - Yuri dos Santos Barreto
 - Yure Carlos Mothé Sobral Palomo
 
Chacina no Rio foi maior do que massacre do Carandiru
A chacina realizada por forças de segurança pública nesta terça-feira (28) é a mais letal da história do estado e a maior do Brasil. A contagem de pelo menos 132 vítimas, de acordo com a Defensoria Pública do Rio de Janeiro, supera a do massacre do Carandiru, quando 111 presos foram mortos em São Paulo, em 1992.
Chamada de Operação Contenção, a chacina mobilizou cerca de 2.500 agentes das polícias Civil e Militar do Rio de Janeiro. Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SESP) e o governo estadual, o objetivo era combater a expansão territorial do Comando Vermelho (CV) e cumprir 100 mandados de prisão contra lideranças e integrantes da facção.
Para o governador Cláudio Castro (PL), a chacina foi um “sucesso”. “Temos muita tranquilidade de defender o que foi feito ontem. De vítima, só tivemos os policiais”, disse o governador, que é responsável por três das quatro operações policiais mais letais do Estado: a deste ano no Alemão e na Penha; a do Jacarezinho (2021), com 28 vítimas; e a da Vila Cruzeiro (2022), com 23 mortes.
Em entrevista ao Jornal TVT News Primeira Edição, Monica Benicio, viúva de Marielle Franco disse que “no dia seguinte [à chacina], o que vai acontecer é nada, porque de novo foi dentro de uma favela”. A ativista, nascida e criada na Favela da Maré, diz que episódios como esse passam em branco porque vitimam grupos contra os quais a violência é legitimada pela opinião pública e Estado: pessoas pretas e periféricas.
O Brasil tem um histórico de chacinas apagadas da memória coletiva do país, já que costumam vitimar minorias. Ações policias como a vista nesta terça-feira (28) não tem sucesso no combate ao crime organizado. Sem disparar nenhum tiro, em agosto, uma megaoperação da Polícia Federal contra o PCC foi realizada para desmantelar um esquema de fraudes e de lavagem de dinheiro no setor de combustíveis orquestrados pela facção.
				