Ponte do Araguaia é inaugurada por Lula após oito anos de espera

Presidente participou da entrega da estrutura de 2 km na BR-153, que substitui balsas e vai facilitar a logística entre Tocantins e Pará
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Lula durante inauguração de ponte que liga Tocantins ao Pará. Foto: Ricardo Stuckert / PR

A nova ponte sobre o Rio Araguaia, que liga Xambioá (TO) a São Geraldo do Araguaia (PA) pela BR-153, foi inaugurada na manhã desta terça-feira (18), em uma cerimônia marcada pela presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O evento, realizado na orla de Xambioá, reuniu autoridades federais, estaduais e municipais, concluiu uma das obras mais esperadas da Região Norte. Saiba mais na TVT News.

Durante a cerimônia, Lula ressaltou o impacto da estrutura para a população dos dois estados e criticou o antigo modelo de travessia por balsas, que chegou a custar mais de R$ 300 por viagem. “Não era justo alguém pagar para atravessar a balsa. Agora o estado está garantindo o direito do povo de ir e vir”, afirmou o presidente, ao destacar o papel da obra na integração regional.

Estrutura vai beneficiar mais de 1,5 milhão de pessoas

Com 1.724 metros de extensão (2.010 metros quando somados os acessos) a ponte elimina a última travessia por balsa da BR-153 e deve beneficiar diretamente mais de 1,5 milhão de pessoas. A construção consumiu mais de R$ 230 milhões em investimentos, incluindo R$ 28,8 milhões do Novo PAC. O valor final supera em pelo menos R$ 100 milhões o orçamento inicial previsto em 2017.

A entrega encerra também um ciclo de atrasos. Embora o contrato tenha sido firmado há oito anos, a obra só deslanchou após disputas judiciais e desapropriações. Enquanto a estimativa inicial era de conclusão em 2021, o projeto foi finalizado apenas agora, quase cinco anos depois do previsto.

Ponte fortalece logística e integração do Norte

Ao lado de Lula, o governador em exercício do Tocantins, Laurez Moreira (PSD), destacou que a ponte representa um marco para a logística do Norte e do Matopiba. “Vai mudar o destino de muita gente, facilitando a vida do trabalhador, do empresário e de quem produz”, afirmou.

A estrutura deve reforçar o escoamento da produção agrícola, reduzir custos logísticos e ampliar a competitividade regional ao conectar a BR-153 a modais estratégicos como a Ferrovia Norte-Sul e a Hidrovia Tocantins-Araguaia.

O DNIT informou que a segunda etapa da obra prevê a instalação do sistema de iluminação pública, com licitação programada para o primeiro semestre de 2026.

Críticas à COP

Lula também comentou a declaração do primeiro-ministro da Alemanha, Friedrich Merz, que, após participar da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), em Belém (PA), disse que Alemanha é um dos países “mais bonitos do mundo” e que os jornalistas alemães que o acompanharam “ficaram felizes” por deixar a capital paraense.

“O primeiro ministro da Alemanha se queixou: ‘eu fui no Pará, mas eu voltei logo porque eu gosto mesmo é de Berlim’. Ele, na verdade, devia ter ido num boteco no Pará, deveria ter dançado no Pará, deveria ter provado a culinária do Pará. Porque ele ia perceber que Berlim não oferece para ele 10% da qualidade que oferece o estado do Pará, a cidade de Belém”, disse Lula.

“E eu falava toda hora: ‘come a maniçoba, pô’”, acrescentou o presidente em referência ao prato típico da culinária paraense feito a partir das folhas da mandioca.

Ao lado do governador do Pará, Helder Barbalho, presente na inauguração da ponte, Lula falou ainda sobre a decisão de levar a conferência sobre o clima para o estado amazônico e sobre as críticas dos preços dos serviços em Belém durante o evento.

“Tinha muita gente que não queria, [falavam] ‘vocês são loucos, tem que fazer no Rio de Janeiro, em São Paulo, por que levar a COP para o meio do mato? Por que levar a COP para o Pará? Lá tem muito mosquito, não tem estrutura, não tem hotel, a diária é cara, os caras estão cobrando muito caro uma água’. Mas nunca reclamaram da água que eles pagam quando vão no aeroporto internacional”, argumentou Lula.

“O Pará saiu do anonimato nesse país. Qualquer parte do mundo sabe, hoje, que existe o estado do Pará, que existe uma cidade de Belém, que é pobre, mas tem um povo generoso como em pouca parte do mundo”, disse o presidente.

Com informações da Agência Brasil

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